Resenha

Crítica: Pharrell é pop e não poupa ninguém em novo disco

<i>Rapper</i> recheia novo disco com referências e parcerias, e entrega disco mediano.

Gustavo Sampaio/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h54

SÃO LUÍS - Em 2013, Pharrell Williams se tornou o novo Midas da música. Suas colaborações, de participações a produções, se tornaram hits ou, ao menos, ganharam um espaço, ainda, maior nas rádios, canais de televisão e internet. Era ele por trás do baile oitentista de "Get Lucky", do duo francês Daft Punk e, também, trazia sensualidade para o hit "Blurred Lines", do cantor Robin Thicke. Outras parcerias com alguns rappers como Azealia Banks, Nelly e 2 Chainz, também, ganharam destaque, o que abriu, ainda, mais espaço para que o cantor lançasse seu segundo disco da carreira em 2014: o dançante "G I R L".

A primeira faixa de trabalho deste novo álbum não passou despercebida. "Happy", há semanas no primeiro lugar das paradas musicais em várias partes do mundo, foi trilha sonora da animação "Meu Malvado Favorito 2", até ser indicada ao Oscar (acabou perdendo para Indina Menzel, com "Let It Go", de "Frozen").

Falando sobre a felicidade e a necessidade de se viver com as boas vibrações do dia a dia, a faixa arrebatou boa parte do mundo, ainda, que seu começo modesto tenha se dado, primeiro, no lado europeu do mundo. A faixa rapidamente dominou as pistas, até chegar em terra norte-americana, onde fincou seus pés até hoje.

 Pharrell Williams no clipe de
Pharrell Williams no clipe de "Happy"/ Foto: Reprodução/YouTube

Parcerias

E é justamente pelo dance europeu, e pelas bases antes vistas em trabalhos do N.E.R.D e dos Neptunes que podemos ver toda a visão de comércio que o rapper tem, seja como produtor ou músico. "G I R L" não tem nada de novo. Mas Pharrell Williams aproveita, e bem, cada referência e participação no disco para arrebatar o ouvinte.

Convence com o espírito dançante de Justin Timberlake na oitentista "Brand New", age com sedução e veneno na provocante "Come Get It Bae", com uma Miley Cyrus mais divertida, e acaba se tornando repetitivo (considerando o que já foi visto, e de uma forma até melhor, em Random Acess Memories) em mais uma dobradinha com o Daft Punk na cansativa "Gust Of Wind".

 Pharrell Williams no clipe de
Pharrell Williams no clipe de "Marilyn Monroe"/ Foto: Reprodução/YouTube

A parceria que melhor convence, entretanto, é a sedutora e recheada de R&B "Know Who You Are", com a cantora Alicia Keys. Como um Lionel Ritchie mais jovem, o que mais fica evidente do cantor nesta faixa é a sua voz, e não mais seus artifícios em sintetizadores e batidas. Alicia não faz por menos, e entrega um dueto primoroso.

Solo, Pharrell acaba se repetindo demais. "Hunter", "Gush" e "It Girl" não são ruins, mas mostram apenas mais do mesmo em relação à carreira do cantor, que já entregou faixas melhores, principalmente, quando integrava o grupo N.E.R.D. A mais descartável acaba sendo "Lost Queen", que tem dois momentos distintos, onde nem a parte tribal e nem a parte melosa são apresentáveis.

É bem provável que "G I R L" renda mais hits e se torne um dos álbuns mais vendidos do ano. Bem provável que Happy fique, ainda, mais semanas liderando as paradas e, desde já, é uma forte candidata ao hit do ano. Previsões que fizeram de "G I R L" um disco previsível demais. Vale a diversão, claro. Até a próxima explosão pop.

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