IMPERATRIZ - Contribuir com os estudos sobre um dos maiores conflitos da história da região do Bico do Papagaio, sucedido na década de 1970. Esse é o objetivo do historiador João Paulo Maciel, que lança o livro Guerrilha no Araguaia – Tocantins, no próximo dia 12 de dezembro, às 19h30, na Academia Imperatrizense de Letras (AIL).
A Guerrilha do Araguaia ocorreu no auge da ditadura militar no Brasil e resultou em cerca de 70 desaparecidos políticos. O conflito foi considerado o movimento rural armado de maior relevância contra o regime militar.
Para o autor, “a obra evidencia a região palco da Guerrilha do Araguaia – o Bico do Papagaio, Norte do estado do Tocantins, Sul do Pará e divisa com o Maranhão – analisando os critérios usados pelos guerrilheiros na escolha deste local para preparação, treinamentos e efetivação da chamada guerra popular”.
No livro, Paulo Maciel apresenta estudos sobre o contexto histórico do período, indicando as motivações que levaram os militantes políticos a assumirem a luta armada como caminho para livrar o país dos militares. A obra utiliza importantes fontes documentais e bibliográficas, além de relatos de testemunhas da época.
Nascido no ápice do Regime Militar, Paulo Maciel se diz sertanejo de origem e por convicção. Ele é maranhense, filho de família lavradora. Mora em Imperatriz e participa das lutas sociais regionais. É licenciado em História, pela Universidade Estadual do Maranhão, onde iniciou o estudo sobre a Guerrilha do Araguaia, por ocasião da pesquisa monográfica.
Guerrilha do Araguaia
Em meados de abril de 1972, foi iniciada a Guerrilha do Araguaia, articulada por membros do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), como forma de resistência ao regime militar instaurado no país a partir do golpe de 1964.
O movimento começou a ser organizado seis anos antes do confronto, em 1966, com a chegada dos militantes do PCdoB ao Bico do Papagaio, às margens do Rio Araguaia.
O conflito durou apenas três anos, devido à desvantagem enfrentada pelos revolucionários, tanto em número de combatentes quanto em armamento: eram aproximadamente 100 pessoas (entre militantes políticos e moradores da região que aderiram à luta), contra cerca de 10 mil soldados do exército mobilizados para o ataque, o maior número desde a II Guerra Mundial.
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