Intramuros

Imicast: Os presídios como locais de tomadas de decisões da cúpula de facções

Os faccionados transformam celas em "escritórios", porque ainda existem meios para que as informações ultrapassem os muros dos presídios.

Nelson Melo*

Atualizada em 27/03/2022 às 11h09
( Foto: Diego Chaves / O Estado MA)

MARANHÃO - Os muros são barreiras físicas que não impedem o envio de mensagens de lideranças de facções criminosas em direção às ruas. Uma ideia não precisa de obstáculo para circular. O pensamento de um bandido se conecta à intenção de outro por meio de vários fatores. Os presídios continuam sendo espaços onde as organizações do crime organizado tramam ações que afetam, direta ou indiretamente, a segurança dos cidadãos. No Maranhão, essa realidade segue um roteiro internacional.

Uma facção criminosa surge, em regra geral, no cárcere. Mesmo quando um grupo se origina, primeiramente, nos bairros, a ideia começou no intramuros. O crime organizado no Maranhão se formou nos presídios. Os conflitos dentro do contexto penitenciário se estenderam para as comunidades. A hierarquia existe aqui e ali. A “venda de proteção”, realidade presente na máfia siciliana há vários séculos, é a balança que coloca os delinquentes em uma situação de mais dependência com relação ao que podem vivenciar nas celas.

Ouça:

*Nelson Melo é repórter de polícia do jornal O Estado do Maranhão. Ele é Bacharel em Comunicação Social, atualmente é pós-graduando em Perícia Criminal. Possui vários artigos publicados em jornais que circulam no Maranhão, sempre sobre o tema da guerra urbana entre facções criminosas, abrangendo aspectos como gangues, sistema carcerário, violência urbana, Criminalística, Direito Penal, educação familiar e escolar, polícia comunitária etc. Além disso, Nelson Melo tem dois livros publicados sobre atuações de facções no Estado do Maranhão: “Guerra urbana – O homem vida loka” e "Guerra Urbana - Morrendo pela vida loka".

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