MARANHÃO - Os muros são barreiras físicas que não impedem o envio de mensagens de lideranças de facções criminosas em direção às ruas. Uma ideia não precisa de obstáculo para circular. O pensamento de um bandido se conecta à intenção de outro por meio de vários fatores. Os presídios continuam sendo espaços onde as organizações do crime organizado tramam ações que afetam, direta ou indiretamente, a segurança dos cidadãos. No Maranhão, essa realidade segue um roteiro internacional.
Uma facção criminosa surge, em regra geral, no cárcere. Mesmo quando um grupo se origina, primeiramente, nos bairros, a ideia começou no intramuros. O crime organizado no Maranhão se formou nos presídios. Os conflitos dentro do contexto penitenciário se estenderam para as comunidades. A hierarquia existe aqui e ali. A “venda de proteção”, realidade presente na máfia siciliana há vários séculos, é a balança que coloca os delinquentes em uma situação de mais dependência com relação ao que podem vivenciar nas celas.
Ouça:
*Nelson Melo é repórter de polícia do jornal O Estado do Maranhão. Ele é Bacharel em Comunicação Social, atualmente é pós-graduando em Perícia Criminal. Possui vários artigos publicados em jornais que circulam no Maranhão, sempre sobre o tema da guerra urbana entre facções criminosas, abrangendo aspectos como gangues, sistema carcerário, violência urbana, Criminalística, Direito Penal, educação familiar e escolar, polícia comunitária etc. Além disso, Nelson Melo tem dois livros publicados sobre atuações de facções no Estado do Maranhão: “Guerra urbana – O homem vida loka” e "Guerra Urbana - Morrendo pela vida loka".
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