SÃO LUÍS - O contato com a natureza e a observação da fauna presente na ilha de São Luís serviram como inspiração para o artista Cláudio Lima produzir as exposições “Pássaras e Bicharada Nativa de Upaon-Açu”, abertas ao público na Sala Sesc de Exposições até o dia 20 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 9 às 12h e das 13h30 às 17h.
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“Pássaras” reúne 33 ilustrações de aves observadas, na região do Araçagy, ao longo de dois anos pelo expositor. Ao lado de cada ilustração, o artista, que é designer gráfico, ceramista, ilustrador e cantor, destacou o nome da ave em tupi, como era originalmente chamada pelos indígenas e popularmente conhecida até hoje.
O processo criativo da exposição foi iniciado quando ele, ao andar de bicicleta nos arredores da Praia da Raposa, se encantou com o canto do pitiguari. O fascínio se seguiu com a pipira vermelha, corruíra, juruviara, cambacica, juriti, suindara, siricora, guriatã, piriguará, bebeô, araçari, dentre outras espécies de pássaros.
Entretanto, foi a admiração com os sons da fêmea do pitiguari, que despertou a atenção do artista e inspirou o nome da exposição “Pássaras”, sugestão do poeta Celso Borges. “O canto dela tem mais variação melódica e é mais longo que o do macho”, destacou o expositor.
Todas as ilustrações foram criadas com caneta hidrográfica com digitalização, vetorização e pintura digital. A impressão foi feita em fine art, ou seja, em alta qualidade, com tinta pigmentada que não desbota e em papel canson fosco. Todas as peças têm formato 30 x 30 cm.
Bicharada
A segunda exposição é formada por esculturas de cerâmica dos bichos da amazônica. Dentre os animais representados, estão japim, marajoara, paca, jaguarundi, cutia, preá, catitu, tatu peba, bacurau, sapo cururu e jurupari. Além da fauna, há representações humanizadas de entidades da cultura originária: a Mãe d’Água, a Kuracanga e o Curupira.
“As duas exposições têm inspiração nos fragmentos de floresta que eu encontro nas margens da cidade. Eu encontro esses animais e os trouxe, nas obras, para mostrar o que está na floresta e a gente ignora”, informou Cláudio Lima.
A modelagem das peças, com uso da argila, foi aprendida pelo artista quando ele tinha 15 anos, com o ceramista Luiz Carlos Lima. A tinta utilizada nas esculturas foi obtida com resina vegetal.
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