IMPERATRIZ – A ocupação da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Imperatriz, já dura nove dias. As mais de cem pessoas que foram retirados do assentamento Monte Alegre, no município de Itinga, pedem um espaço para morar e trabalhar.
O coordenador do acampamento Monte Alegre, Francisco de Assis, afirma que desde que foram desalojados da Fazenda Mineiro e Monte Alegre, nenhuma medida foi tomada para reassentar as 35 famílias que viviam no local.
“Éramos acampados numa área privada, há 80 km de Itinga, percorrido por estrada de chão, sem saúde, educação. Tivemos um prazo de um ano para sair da terra, após vencer, o dono ainda deu mais seis meses, que venceu, também. Só a nossa vinda aqui que fez com que as coisas caminhassem”, conta.
Eles se viram como podem. Distribuíram barracas e redes nas dependências do prédio e estão sobrevivendo de doações. “Aqui a gente vive do que o povo patrocina a gente”, conta a assentada Thallys Cristina Fernandes Carvalho.
Thallys Cristina também conta como era a vida antes de ser retirada do assentamento Monte Alegre com seus três filho, sua mãe, irmão, cunhada e os três sobrinhos.
“Temos oito anos lutando naquela terra. Lá não tem saúde, colégio, professor. Temos que andar três quilômetros até o assentamento das casas brancas, que é o lugar mais próximo. Tinha vez que dava certo, outra, não de levar as crianças à escola. Às vezes íamos de jumento. Lá tem carro, mas é pago, aí não dá”, reflete a dona de casa.
Reuniões
O coordenador Francisco de Assis, relatou que eles estão pedindo uma reunião com a representante da coordenação regional da assistência técnica e extensão rural para a reforma agrária, Verônica Viana da Fonseca, para esclarecimentos sobre a situação dos sem terra.
A coordenadora Verônica Viana não quis se pronunciar sobre o assunto.
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