Movimento dos Trabalhadores Sem Terra

Ocupação da sede do Incra em ITZ completa nove dias

O movimento pede um espaço para morar.

Jefferson Sousa/Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h52

IMPERATRIZ – A ocupação da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Imperatriz, já dura nove dias. As mais de cem pessoas que foram retirados do assentamento Monte Alegre, no município de Itinga, pedem um espaço para morar e trabalhar.

 Durante todo o dia palavras de protesto são faladas com frequencia. (Foto: Jefferson Sousa/ Imirante Imperatriz)
Durante todo o dia palavras de protesto são faladas com frequencia. (Foto: Jefferson Sousa/ Imirante Imperatriz)

O coordenador do acampamento Monte Alegre, Francisco de Assis, afirma que desde que foram desalojados da Fazenda Mineiro e Monte Alegre, nenhuma medida foi tomada para reassentar as 35 famílias que viviam no local.

“Éramos acampados numa área privada, há 80 km de Itinga, percorrido por estrada de chão, sem saúde, educação. Tivemos um prazo de um ano para sair da terra, após vencer, o dono ainda deu mais seis meses, que venceu, também. Só a nossa vinda aqui que fez com que as coisas caminhassem”, conta.

 O movimento já dura nove dias; eles relatam que só sairão com uma terra para morar. (Foto: Jefferson Sousa/ Imirante Imperatriz)
O movimento já dura nove dias; eles relatam que só sairão com uma terra para morar. (Foto: Jefferson Sousa/ Imirante Imperatriz)

Eles se viram como podem. Distribuíram barracas e redes nas dependências do prédio e estão sobrevivendo de doações. “Aqui a gente vive do que o povo patrocina a gente”, conta a assentada Thallys Cristina Fernandes Carvalho.

Thallys Cristina também conta como era a vida antes de ser retirada do assentamento Monte Alegre com seus três filho, sua mãe, irmão, cunhada e os três sobrinhos.

“Temos oito anos lutando naquela terra. Lá não tem saúde, colégio, professor. Temos que andar três quilômetros até o assentamento das casas brancas, que é o lugar mais próximo. Tinha vez que dava certo, outra, não de levar as crianças à escola. Às vezes íamos de jumento. Lá tem carro, mas é pago, aí não dá”, reflete a dona de casa.

 Eles distribuiram barracas pelo prédio. (Foto: Jefferson Sousa/ Imirante Imperatriz)
Eles distribuiram barracas pelo prédio. (Foto: Jefferson Sousa/ Imirante Imperatriz)

Reuniões

O coordenador Francisco de Assis, relatou que eles estão pedindo uma reunião com a representante da coordenação regional da assistência técnica e extensão rural para a reforma agrária, Verônica Viana da Fonseca, para esclarecimentos sobre a situação dos sem terra.

A coordenadora Verônica Viana não quis se pronunciar sobre o assunto.

 Eles estão sobrevivendo de doações, relata assentada. (Foto: Jefferson Sousa/ Imirante Imperatriz)
Eles estão sobrevivendo de doações, relata assentada. (Foto: Jefferson Sousa/ Imirante Imperatriz)

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