Maranhão em Tóquio 2021: conheça os 12 atletas do estado que estarão nas Olimpíadas
Com a atleta mais nova da história brasileira nos jogos, gêmeas do rugby, destaque do hipismo, experiência no handebol e 7 nomes no atletismo, estado marcará presença no Japão
SÃO LUÍS – A relação do Maranhão com os Jogos Olímpicos é longa e marcada também por histórias de glórias e superação. Se as medalhas não são muitas, apenas três, com Tânia Maranhão (futebol feminino) e Codó (atletismo), as participações não são poucas. As edições mais recentes do maior evento esportivo do planeta sempre foram marcadas pela presença de atletas maranhense na delegação brasileira e em Tóquio não será diferente. Só no atletismo, sete representantes do estado estarão presentes dentre os 53 da delegação brasileira. Além desta modalidade, o estado terá atletas ainda no hipismo, handebol, rugby e skate street. Por falar no skate, que debuta nestas Olimpíadas, Rayssa Leal, de Imperatriz, com 13 anos, é a atletas mais jovem a disputar uma Olimpíada pelo Brasil. A competição, que era para ter sido realizada em 2020, acontece de 23 de julho a 8 de agosto deste ano.
Na história dos Jogos Olímpicos, o Maranhão acumula três medalhas, duas (pratas) com a zagueira Tânia Maranhão, que brilhou ao lado de Pretinha, Marta, Formiga e Cristiane na geração mais vitoriosa do futebol feminino do Brasil, em Atenas 2004 e Pequim 2008, e com o velocista José Carlos Moreira, o Codó, que teve sua medalha (bronze) assegurada pelo revezamento 4 por 100 metros, ao lado de Bruno Lins, Sandro Viana e Vicente Lenílson, após confirmação de um caso de doping na equipe Jamaicana, em 2017. A prova foi disputada em Pequim 2008.
Porém, não só com medalhas se contam histórias em jogos olímpicos, pois chegar no maior evento esportivo do mundo, disputado na era moderna desde 1896, na Grécia, já é, por si só, uma vitória. E nesta esteira de lindas histórias de superação, já passaram também as maranhenses Iziane Marques, maior estrela do basquete brasileiro por, pelo menos, dez anos, e Ana Paula Rodrigues, destaque na seleção de handebol. Além de Winglitton Rocha Barros, conhecido como China, nascido em São Luís, que disputou os jogos de Atlanta, em 1996. Também Joelma Neves, do atletismo, em Londres, Sílvia Helena, no handebol, também em Londres, e Ary Façanha, o registro mais antigo de um atleta do Maranhão em jogos olímpicos, que participou de Helsinque, em 1952, e também na Austrália, em 1956, no atletismo, prova de salto e os 110m e 400m, respectivamente.
Nenhum subiu ao pódio, mas, com certeza, estão marcados na história do esporte mundial para sempre.
Novas histórias
Pois bem, e nesta edição de Tóquio, mais histórias serão escritas, e algumas vão reverberar pelo Maranhão por muito tempo. Maior expoente do hipismo no Brasil atualmente, Marlon Zanotelli, que nasceu em Imperatriz, campeão dos Jogos Pan-Americanos de 2019 e 13º do ranking mundial, é um desses personagens. Ana Paula Rodrigues, 33 anos, que hoje atua na França, pelo Chambray Touraine, vai para sua quarta Olimpíada (participou de Pequim, Londres e Rio), representar o Brasil no handebol. No rugby, modalidade ainda pouco disputada no país, também terá maranhenses, e duas, da mesma família: as gêmeas Thalia e Thalita, que têm 24 anos, e defenderão o time nacional rugby sevens.
No atletismo, o Maranhão tem muitas chances de pódio, pois terá sete atletas no time brasileiro: Eduardo de Deus (110 m com barreiras), Thiago do Rosário André (800 m – 1.500 m), Rodrigo Nascimento ( 100 m – 4×100 m) e Alexsandro Melo (distância e triplo), no masculino; e Geisa Coutinho, Bruna Jéssica Farias (4 x 100m) 4×400 Misto) e Ana Carolina Azevedo (200 m – 4×100 m), pelo feminino.
Participação histórica da "Fadinha"
E, a participação histórica de Rayssa Leal, a brasileira mais nova na história a disputar uma Olimpíada. Com 13 anos e sete meses de idade, a jovem de Imperatriz entra para história dos jogos. Até então, a nadadora Talita Rodrigues, que competiu em Londres 1948, com 13 anos e onze meses, era a recordista. Ela é favorita no skate street, modalidade que fará sua estreia em Tóquio. Rayssa é vice-líder do ranking mundial e, no Mundial de 2019 , foi medalha de prata, em São Paulo.
A maranhense pode fazer história ainda mais. Rayssa pode se tornar a pessoa mais jovem, entre homens e mulheres, a ter uma medalha de ouro olímpica. Entre homens e mulheres, a mais jovem a ser campeã é a americana Marjorie Gestring que, com 13 anos e nove meses, levou o ouro nos saltos ornamentais, em Berlim-1936. Também há registro da nadadora Elizabeth Verona, 13 anos e 129 dias, campeã do revezamento 4x100m livre da natação, em Roma 1960, resultado que nunca foi oficializado, pois ela só nadou as eliminatórias, segundo registros oficiais.
A atleta mais jovem do Brasil a participar de uma Olimpíada, Rayssa pode, também, ser também a mais jovem a subir, e bater o recorde de Rosângela Santos, bronze em Pequim 2008, com 17 anos, no 4x100m do atletismo. Entre os homens, com menos idade a ser campeão, Gabriel Jesus, que, com 19 anos e três meses, foi campeão no futebol, na Rio 2016, é o recordista. A mulher mais nova a ser campeã é Thaisa, ouro com 21 anos no vôlei em Pequim 2008.
Marlon Modolo Zanotelli
O cavaleiro Marlon MOdolo Zanotelli, radicado na Bélgica, é maranhense de Imperatriz (MA). Os cavalos estão no sangue da família Zanotelli há gerações. O avô era militar e fazia parte da cavalaria montada no Rio Grande do Sul. O pai, Mário, também gaúcho, aprendeu a montar nos cavalos do regimento. Marlon convive com cavalos desde criança. Começou bem cedo, aos 4 anos de idade, na escola de equitação dirigida por seu pai, em São Luís do Maranhão. Logo depois, a família se mudou para o Rio, quando decidiu investir na carreira de cavaleiro do pai de Marlon. Venderam a casa e compraram um caminhãozinho para participar das competições.
Ana Paula Rodrigues
Do bairro da Liberdade, Ana Paula começou a jogar handebol em 2001, na escola Alberto Pinheiro, em São Luis. Em 2002 foi morar São Paulo, na cidade de Guarulhos, e assinou contrato com o clube espanhol BM Puertodulce Roquetas. Jogou apenas uma temporada pelo clube e foi para a BM Elche Mustang, também da Espanha. No país ibérico fez sucesso, marcando 246 gols, sendo o principal nome da equipe na Liga dos Campeões da Europa. Em seguida rodou por vários países do velho continente, e participou das Olimpíadas de Pequim, Londres e do Rio. Foi campeã dos jogos sul-americanos de Santiago, no Chile, em 2014. Foi também campeã do Pan-americano, em 2011 no Brasil, 2013, na República Dominicana (sendo a melhor central do torneio) e 2017 na Argentina.
Thalia e Thalita
De São Luís, as gêmeas Thalia e Thalita começaram no esporte por meio do atletismo e somente depois passaram para o rugby sevens. Se destacaram pela Associação Maranhense de Rugby (Amaru) e foram para o Delta Rugby, do Piauí. Foram mais uma vez destaque e fazem parte da seleção desde 2018. Sendo que apenas em 2019 as duas foram chamadas juntas para o selecionado nacional.
Nomes no atletismo
Todos os atletas do time nacional que são representantes do Maranhão fazem parte do Projeto Atletismo Maranhão (CTMA), que tem uma das principais equipes do Nordeste e do país. Essa iniciativa tem como patrono o maranhense José Carlos Moreira, o Codó. O CTMA é a maior equipe maranhense que já participou de um Troféu Brasil e, no ano passado, ficou em sexto lugar na classificação geral entre clubes na primeira vez em que entrou com equipe no torneio. A seleção brasileira de atletismo embarcará para Tóquio com 53 atletas.
Rayssa Leal
Rayssa Leal se destacou na modalidade skate street após ter um vídeo caseiro em que ela executa manobras fantasiada de fada por ruas da cidade de Imperatriz, que viralizou no país. Depois disso, a jovem se profissionalizou. Rayssa chegou a concorrer ao prêmio Laureus, a principal premiação do universo esportivo. Fadinha proporcionou um momento histórico para o skate brasileiro, em Los Angeles. A maranhense, que tinha apenas 11 anos, conquistou pela primeira vez uma etapa da SLS (Mundial de Skate Street), se tornando a mais jovem atleta a conseguir essa façanha.
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