TÓQUIO - O Brasil inicia sua caminhada nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 nesta quarta-feira, dia 21, pelos pés da seleção feminina de futebol. Liderada pela veterana Marta, eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo, a equipe estreia contra a China, às 17h do Japão (5h do horário brasileiro), no Miyagi Stadium.
Após o adiamento do evento em 2020 e todas as incertezas que pairaram sobre os Jogos por causa da pandemia, a estreia acontece repleta de simbolismo.
“Hoje é um dia muito especial para nós. Depois de uma longa espera, começam oficialmente os Jogos Olímpicos para o Brasil. E com um simbolismo muito grande por trás disso em função do adiamento do evento e pelo fato de a estreia ser com o futebol feminino. Ela acontece em um momento em que a gente tem, dentro do COB, introduzido o programa da mulher no esporte olímpico e com o futebol feminino, que nos deu duas medalhas olímpicas e tem jogadoras como Marta e Formiga, que tanto representam a mulher no esporte. Vamos torcer para começarmos a caminhada com o pé direito”, afirmou o chefe de missão Marco La Porta.
O time que enfrenta a China nesta quarta-feira é comandado também por um ícone do futebol feminino mundial. A técnica sueca Pia Sundhage foi bicampeã olímpica com os Estados Unidos (Pequim 2008 e Londres 2012) e conhece como poucos os caminhos do pódio. Para o primeiro jogo, sua atenção está na pressão que as atletas irão sentir ao estrear em um evento tão importante. “Eu espero que todas nós façamos um esforço para dar o nosso melhor e atingir nossa melhor performance, isso para mim significa colocar em prática o que temos trabalhado. Será muito empolgante, Jogos Olímpicos, primeira partida, vamos ver como as atletas irão lidar com essa pressão”, afirmou a treinadora.
O futebol feminino foi incluído no programa olímpico apenas em Atlanta 1996. O Brasil já criou uma tradição no evento e esteve presente em todas as edições desde então, ao lado de Suécia e Estados Unidos. As norte-americanas são as maiores medalhistas da história, com 5 ouros e 1 prata.
A equipe verde-amarela só não entrou na disputa por medalhas em Londres 2020, quando caiu nas quartas de final. As brasileiras subiram ao pódio duas vezes para receber a medalha de prata, em Atenas-2004 e Pequim-2008.
Para tentar buscar mais um pódio nos Jogos Tóquio 2020, a seleção mescla a experiência de estrelas como Marta e Formiga, volante que esteve em todas as participações olímpicas do Brasil, com a juventude das estreantes Leticia Isidoro, Jucinara, Leticia Santos, Julia Bianchi, Angelina, Duda, Geyse, Ludmila e Giovana.
“Esse é o sonho de todas as meninas que, desde pequenininhas, vêem Marta, Formiga e Cristiane nos Jogos Olímpicos, na Copa do Mundo. Para mim, não é diferente. Estar aqui realizando esse sonho é uma conquista enorme, não só para mim, mas para minha comunidade. É mostrar para as crianças da favela que a gente pode chegar longe, sonhar alto”, disse Ludmila, que cresceu na periferia de Guarulhos, em São Paulo.
“Jogos Olímpicos são magia. Eu olhava na TV e era uma coisa muito mágica, era diferente. Estou chegando perto de sentir essa magia. O coração está a milhão”, confessou.
Renovação da equipe
A treinadora Pia Sundhage procurou priorizar jogadoras com uma maior capacidade de adaptação a diferentes situações de jogo, além de aproveitar para investir na renovação da equipe. Por conta da pandemia, a Fifa permitiu a inscrição de 22 jogadoras por país, mas apenas 18 podem ser relacionadas para as partidas.
Antes de chegar ao Japão, a seleção participou de um período de testes em Portland, nos Estados Unidos. Pia aproveitou os treinamentos para investir no sistema ofensivo e aperfeiçoar a forma física.
“Nessa reta final, nosso objetivo é nos organizar para fazer mais gols. É muito importante ganhar confiança nas finalizações. O foco principal é o ataque, precisamos entender como quebrar a defesa dos adversários e estabelecer uma maior conexão nas jogadas. Temos boas jogadoras e sei que vamos fazer o melhor”, afirmou a treinadora.
A seleção feminina está no Grupo G dos Jogos Olímpicos e faz seu segundo jogo contra a Holanda, no dia 24, às 20h do Japão (8h do Brasil), no Miyagi Stadium. O time encerra sua participação na fase classificatória diante de Zâmbia, no dia 27, às 20h30 (8h30 do Brasil), no Saitama Stadium.
“A partir de agora começa uma competição atrás da outra. Nossos atletas estão bem preparador, e a expectativa é de grandes resultados. Temos certeza de que o Brasil vai brilhar e contamos com a torcida de todos”, afirmou La Porta.
O Time Brasil está no Japão com sua maior delegação da história em uma edição realizada no exterior: 302 atletas de 35 modalidades. Entre os esportistas do país nos Jogos estão 31 medalhistas e 18 campeões olímpicos.
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