SÃO LUÍS - Quem passasse despercebido pelos vestiários da Seleção Brasileira no estádio Defensores del Chaco não diria que o time pentacampeão mundial havia conquistado um empate sofrido contra o Paraguai. Assegurada em finalização de Daniel Alves nos minutos finais, a igualdade por 2 a 2 tirou a equipe canarinho da zona de classificação para a Copa do Mundo de 2018 – o Brasil é o sexto, com nove pontos. Os jogadores, no entanto, “bateram palmas” e se mostraram aliviados com o resultado.
A satisfação com o empate causou estranheza. O técnico Dunga estava sorridente antes e depois da entrevista coletiva que concedeu no estádio. Gilmar Rinaldi, o coordenador de Seleções também esbanjava bom humor ao tratar da partida. Eles creditaram a felicidade ao poder de reação que o Brasil mostrou após ficar com dois gols de desvantagem no placar.
“Jogar aqui [no Paraguai] é historicamente muito difícil. Não estou feliz só com o resultado, mas com as mudanças, com a coragem e a ousadia que o Dunga teve. E, principalmente, com o que falei para os jogadores nos vestiários. Sejam bem-vindos às Eliminatórias. Temos muita qualidade, mas em algum momento precisaremos do espírito que nós mostramos nesse jogo”, afirmou Rinaldi.
A conversa nos vestiários resultaram em aplausos e gritos de incentivo por parte dos jogadores. Muitos deixaram as dependências do estádio exaltando o empate. “Temos que ressaltar a garra e a vontade. Saímos de uma situação adversa e conseguimos igualar o resultado”, afirmou o zagueiro Miranda. “Devido às circunstâncias, em que o time estava perdendo por 2 a 0, nós conseguimos jogar bem no final e criamos algumas oportunidades de gol. Ficamos contentes porque o Brasil mostrou poder de reação. Isso deve ser levado adiante, porque é importante para nós”, concordou o volante Fernandinho.
Ricardo Oliveira, autor do primeiro gol do Brasil na partida, também se mostrou satisfeito com o resultado final. “Nós saímos daqui com o gosto de que nos encontramos. A técnica sempre vai se sobressair no time, mas a intensidade não vai faltar nunca. Precisamos dela para os jogos mais complicados”, disse.
Entre os atletas, uma das poucas vozes dissonantes era a do lateral Daniel Alves. O jogador manteve um semblante fechado em todas as entrevistas que concedeu, principalmente na que ocorreu ainda no gramado. Já na zona mista do estádio, ele defendeu que o Brasil se espelhe na determinação mostrada pelos paraguaios para obter atuações melhores nas Eliminatórias. “Não jogo para empatar, eu jogo para ganhar”, resumiu.
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