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Coluna Via Digital por Lucia Camargo Nunes, economista e jornalista especializada no setor automotivo.
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Regra de emissões retira Suzuki Jimny de linha

Jipe 4x4 feito em Goiás desde 2013 se aposenta e marca mantém seu sucessor, o importado Jimny Sierra, à venda.

Lucia Camargo Nunes*

Atualizada em 02/05/2023 às 23h39
Suzuki Jimny.
Suzuki Jimny. (Foto: Divulgação)

BRASIL - A lei de emissões Proconve L7, que entrou em vigor em janeiro, fez várias “vítimas”. Enquanto algumas montadoras adequaram seus motores para atender às novas regras, outras desistiram. O Mitsubishi Jimny, que era produzido havia dez anos no Brasil, tentou sair à francesa.

Na verdade, até saiu, porque desde o início do ano, o jipe deixou de ser feito em Catalão (GO). Equipado com motor 1.3 a gasolina de 85 cv, não atenderia às novas regras ambientais e para adequá-lo seria necessário um alto investimento, o que não se justificaria para um modelo já antigo.

Sua mais recente geração está à venda no Brasil, importada do Japão como Jimny Sierra e custa a partir de R$ 157 mil. Conforme a região, a Suzuki ainda possui estoque do modelo que se aposenta.

O Jimny começou a ser vendido no Brasil em 1998, importado. Desde 2013 tem produção nacional e, em 2019, passou a conviver com o Sierra.

A marca promete um reposicionamento de portfólio, após tirar de linha o Vitara e o S-Cross. Agora, seu único modelo à venda no país é o Jimny Sierra.

Ford abre campo de provas e se prepara para testar carros autônomos

A Ford, junto com General Motors e Stellantis, são as únicas empresas de veículos a investirem em um campo de provas no Brasil. Há ainda centros de testes de fabricantes de caminhão (Volvo e Mercedes-Benz), pneus (Pirelli e Goodyear) e autopeças (ZF/TRW e Randon).

Após 44 anos de sua inauguração, a Ford transforma o antigo Campo de Provas de Tatuí em Centro de Desenvolvimento e Tecnologia. Ao perceber que poderia aliar a infraestrutura com um capital humano qualificado, surgiu a oportunidade de expandir os negócios e oferecer os serviços para outras empresas, tanto do segmento automotivo como de outros setores.

Em nova fase, a operação recebe um nível superior de digitalização, fundamental para desenvolver veículos conectados, elétricos e autônomos. Tatuí terá uma antena 5G e sensoreamento das pistas para comunicação com os sistemas de direção autônoma, por exemplo. “Tatuí representa um diferencial competitivo e estratégico para a Ford no Brasil e no mundo”, afirmou Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford América do Sul.

Para o executivo, essa ação prova que investir em desenvolvimento de tecnologia e inteligência automotiva é um negócio rentável.

Novo modelo de negócio

A Ford fechou suas fábricas (Camaçari, BA, Taubaté e São Bernardo do Campo, SP) entre 2019 e 2021 e encerrou a produção de veículos no Brasil, passando a ser apenas importadora.

Contudo, manteve no país áreas de desenvolvimento de tecnologia e inteligência automotiva. Junto ao investimento de Tatuí, a Ford ampliou o Centro de Desenvolvimento e Tecnologia, com sede na Bahia.

A área de desenvolvimento do produto conta hoje com um time de 1.500 profissionais e tem a expectativa de gerar uma receita de R$ 500 milhões em 2022 com a exportação de serviços de engenharia para mercados globais.

A marca não informa quanto espera faturar com a abertura do Centro de Tatuí, que é um dos sete da Ford no mundo. Um de seus principais diferenciais competitivos (única da América Latina) é unir a estrutura com engenharia local.

Mustang 100% elétrico é testado no Brasil

Ao abrir suas portas para anunciar a abertura de novos negócios em seu Campo de Provas Tatuí, a Ford exibiu pela primeira vez a jornalistas, em solo brasileiro, o Mustang Mach-E GT. No mesmo espaço, em um galpão, também havia um furgão E-Transit.

Mas a apresentação do esportivo 100% elétrico não significa que ele rodará no Brasil. Golfarb explica que a marca faz investimentos globais em eletrificação de US$ 50 bilhões até 2026 e projeta que 50% das suas vendas sejam de veículos elétricos até 2030.

“Esses modelos, Mustang Mach-E e E-Transit, estão sendo testados aqui em Tatuí com o objetivo de avaliar o seu comportamento na América do Sul e relação com as características dos nossos consumidores”, disse Golfarb.

Ele fez questão de ressaltar de que não se trata de um anúncio de lançamento desses modelos no Brasil. A intenção é reforçar o papel de Tatuí no futuro da mobilidade, testando os produtos mais icônicos da marca.

O Mustang Mach-E une a esportividade do cupê esportivo com a versatilidade de um SUV para toda a família. Nos EUA, é sucesso de emplacamentos e só não vende mais por causa da crise dos semicondutores. Produzido no México, já teve mais de 50 mil unidades comercializadas – em três versões, que custam nos EUA entre US$ 44 mil e US$ 65 mil.

Na versão GT, idêntica à que a Ford exibiu e está em testes no Brasil, o SUV esportivo entrega 487 cv de potência. Com baterias de 91 kWh o Mustang Mach-E GT alcança 418 km de autonomia.

Um dia, certamente, a Ford irá oferecer este ícone em nosso mercado, mas até meados de 2023, quando espera-se que a produção esteja recuperada, isso não deve acontecer.

*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo, editora do portal www.viadigital.com.br. E-mail: lucia@viadigital.com.br

 

Regra de emissões retira Suzuki Jimny de linha

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