Luto no samba

Gilsinho, intérprete da Portela, morre aos 55 anos, no Rio de Janeiro

Cantor não resistiu às complicações de uma cirurgia bariátrica.

Na Mira

Atualizada em 01/10/2025 às 00h09
Gilsinho se tornou um dos grandes símbolos da Portela.
Gilsinho se tornou um dos grandes símbolos da Portela. (Gil Lira / Divulgação)

RIO DE JANEIRO - O mundo do samba está de luto com a notícia da morte de Gilson da Conceição, o Gilsinho, intérprete oficial da Portela. Aos 55 anos, o cantor faleceu nesta terça-feira (30), em decorrência de complicações após uma cirurgia bariátrica realizada na última semana. Ele havia recebido alta no sábado (27), mas apresentou agravamento no quadro de saúde na segunda-feira (29). A escola de Madureira, da qual era voz principal desde 2006, confirmou a perda e decretou três dias de luto oficial.

Conhecido por sua potência vocal e pelo bordão “Vai na ginga, Portela!”, Gilsinho marcou gerações de foliões e se tornou um dos grandes símbolos da azul e branco. Em quase duas décadas à frente do carro de som, embalou desfiles memoráveis, incluindo o título de 2017, que encerrou um jejum de 33 anos da agremiação. No último Carnaval, emocionou a Sapucaí ao interpretar “Maria Maria”, no desfile em homenagem a Milton Nascimento.

Além da trajetória na Portela, Gilsinho também deixou sua marca no Carnaval de São Paulo, defendendo a Tom Maior, onde ajudou a conquistar o acesso ao Grupo Especial em 2025. Sua carreira incluiu passagens por escolas como Vai-Vai, Vila Maria e até experiências internacionais, sempre levando o samba como bandeira. Filho do músico Jorge do Violão, baluarte da Velha Guarda portelense, Gilsinho cresceu cercado pela tradição do samba e construiu uma história de entrega e paixão pela cultura popular.

A morte do intérprete gerou comoção entre sambistas, artistas e admiradores. Personalidades como Viviane Araújo e o prefeito Eduardo Paes prestaram homenagens, destacando sua importância para o Carnaval carioca. “Hoje o samba silencia por um instante. A águia chora”, escreveu o mestre-sala Marlon Lamar, da Portela. Gilsinho deixa dois filhos e um legado imortalizado na memória do samba.

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