Economia

Dólar registra alta por mais um dia e fica perto de R$ 5,50

Bolsa não acompanha mercado norte-americano e fecha estável.

Wellton Máximo / Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h01
Dólar teve alta de 0,71% nesta terça-feira (5).
Dólar teve alta de 0,71% nesta terça-feira (5). (Foto: Divulgação)

SÃO PAULO - Em mais um dia de turbulências domésticas e externas, o dólar voltou a subir e aproximou-se de R$ 5,50, no maior valor em mais de cinco meses. A bolsa de valores não acompanhou a recuperação do mercado norte-americano e fechou praticamente estável.

O dólar comercial encerrou esta terça-feira (5) vendido a R$ 5,485, com alta de R$ 0,039 (+0,71%). A cotação abriu em queda, caindo para R$ 5,42 pouco antes das 10h, mas reverteu o movimento e passou a subir após a abertura das negociações nos Estados Unidos. Depois de passar a maior parte do dia em torno de R$ 5,46, a moeda norte-americana intensificou a alta perto do fim das negociações em meio a tensões políticas no Brasil.

Com o desempenho de hoje, o dólar está no nível mais alto desde 23 de abril, quando tinha fechado a R$ 5,497. A divisa acumula alta de 5,71% perante o real em 2021.

O dia também foi marcado pela instabilidade no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 110.458 pontos, com alta de apenas 0,06%. O indicador alternou altas e baixas ao longo do dia, chegando a subir 1,16% por volta das 13h30, mas perdeu força ao longo da tarde até fechar próximo da estabilidade. A bolsa acumula perda de 7,19% no ano.

Fatores domésticos e internacionais afetaram o mercado hoje. No exterior, uma nova rodada de valorização nos juros dos títulos do Tesouro norte-americano jogou o dólar para cima. Taxas mais altas nesses papéis, considerados o investimento mais seguro do mundo, estimulam a retirada de dinheiro de países emergentes, como o Brasil.

O mercado aguarda a divulgação do relatório de emprego nos Estados Unidos em setembro, na próxima sexta-feira (8), para analisar se o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) começará a retirar os estímulos monetários concedidos durante a pandemia. Paralelamente, as incertezas em torno da incorporadora imobiliária chinesa Evergrande também têm provocado turbulências no mercado internacional, com o receio de que uma eventual quebra da empresa afete a economia da China e reduza as exportações do Brasil.

No plano interno, o dólar intensificou a alta no fim da tarde, após declaração do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de que a ampliação do Bolsa Família poderia depender de outros recursos, além da reforma do Imposto de Renda. A afirmação provocou receio de aumento de gastos públicos sem receitas suficientes para financiá-los.

Paralelamente, a abertura de investigação preliminar na Procuradoria-Geral da República em torno de empresas no exterior no nome do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também pressionaram o mercado.

No domingo (3), os dois informaram que as offshores foram declaradas à Receita Federal, ao Banco Central, à Comissão de Ética Pública da Presidência da República e às demais autoridades competentes. A existência das empresas foi revelada pelo Pandora Papers, investigação de um consórcio internacional de jornalistas com base em documentos vazados de 14 escritórios de advocacia no exterior.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.