Prisão

Presa sétima suspeita de participação na morte de adolescentes que foram obrigadas a cavar as próprias covas

Há poucos dias, seis pessoas suspeitas de participação no mesmo crime já tinham sido presas.

Imirante.com, com informação do G1

Atualizada em 27/03/2022 às 11h02
Wiliane é mais uma suspeita de participação na morte de duas adolescentes.
Wiliane é mais uma suspeita de participação na morte de duas adolescentes. (Foto: Reprodução/TV Clube)

PIAUÍ - Foi presa na manhã desta quinta-feira (22), Wiliane de Sousa Teófilo, de 21 anos, em um povoado na zona rural de Teresina (PI). Ela é mais uma suspeita de participação na morte de duas adolescentes que foram obrigadas a cavar a cova onde foram enterradas em Timon (MA).

Há poucos dias, seis pessoas suspeitas de participação no mesmo crime já tinham sido presas. As informações foram divulgadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Timon.

​A primeira prisão foi realizada no dia 23 de abril deste ano, na cidade de Carlos Barbosa, no Rio Grande do Sul. Outras duas jovens foram presas no dia 24 de junho na cidade de Teresina, no Piauí. Já no dia 28 de junho, outra suspeita foi presa, também, em Teresina. E, no último dia 13 de julho, a Delegacia de Uruçuí no Piauí prendeu a quinta suspeita. A sexta prisão foi realizada nessa segunda-feira (19), na cidade de Marabá no Estado do Pará.

Agora a Polícia Civil do Maranhão está à procura de:

- Karina Ellen do Carmo Sousa, conhecida como “Esmeralda”, que reside no bairro Mafrense, também em Teresina;

- Johnny Willer Rodrigues de Souza, conhecido como “Mentor”, que, segundo a polícia, é um dos líderes de uma organização criminosa. O suspeito reside em São Luís;

- Antonio de Deus Pereira, conhecido como “Fantasmão”, que é líder da Organização no Piauí.

A Polícia Civil do Maranhão afirma que as denúncias que levem ao paradeiro dos suspeitos podem ser feitas através do telefone (99) 98447-1057 ou qualquer outra unidade policial.

De acordo com a DHPP, o êxito das identificações e prisões só foram possíveis com ajuda da comunidade e a integração das polícias do MA, PI, PA e RS, bem como a atuação do Ministério Público e do Judiciário.

A SHPP e equipe da DCCT/SEIC estão em trabalho conjunto com a Delegacia de Homicídios, assim como unidades policiais de Timon e Teresina-PI, que também auxiliam em informações e operacionalidade.

O crime

As adolescentes, identificadas como Maria Eduarda, de 17 anos, e Joyce Ellen, de 15 anos, foram torturadas e mortas na cidade de Timon, no dia 20 de março deste ano, e os corpos delas foram encontrados no dia seguinte, enterrados em covas rasas. As vítimas eram moradoras do conjunto Água Mineral, na Zona Norte de Teresina, no Estado Piauí.

Segundo informações do delegado Joelson Carvalho, titular da Delegacia de Homicídios de Timon, as adolescentes foram obrigadas a cavar a cova onde seriam enterradas depois de mortas. O crime foi filmado pelos criminosos e divulgado em redes sociais.

Tribunal do crime

As investigações apontam que as mortes das adolescentes foram decretadas pelo 'tribunal do crime', realizado por mulheres de uma organização criminosa de origem maranhense e que já alcançou outros Estados. A polícia apurou, ainda, que as adolescentes não eram integrantes de facções criminosas, mas se relacionavam com pessoas que eram.

Elas teriam sido mortas pelo fato de morarem em locais dominados por facções rivais e por serem amigas.

De acordo com o delegado Antônio Valente, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) em Timon, as três envolvidas no crime conheciam a adolescente Maria Eduarda, do bairro Vila da Paz.

"A Jocye residia na área da organização rival e postava fotos fazendo menção apenas por brincadeira. Já Maria Eduarda morava na área da organização que a matou, fazia fotos com o símbolo da referida facção sem ao menos participar e foi executada", explicou.

As investigações apontam que, no fim do mês de março, as duas adolescentes, que moravam em Teresina, foram atraídas para a cidade de Timon, onde foram “julgadas” por integrantes de uma das facções. E a “pena” aplicadas a elas foi a de cavarem as próprias covas, além de serem espancadas com golpes de faca, pauladas e serem assassinadas. O crime foi filmado pelos próprios criminosos.

Ainda segundo o delegado Antônio Valente, uma das vítimas foi enterrada viva.

"As investigações chegaram à conclusão do requinte de crueldade aplicado nas jovens. Uma das vítimas pediu para morrer de tiro ou que a enterrassem viva, mas que parassem de bater nela. Os laudos cadavéricos apontaram que as adolescentes foram mortas com golpes de faca, taco, pá e picareta e uma delas enterrada ainda viva", relatou o delegado.

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