Saúde

Sem cura, asma requer cuidados especiais

Segundo estimativas, doença afeta 10% da população brasileira.

Maurício Araya / Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h51
Método mais eficaz de tratamento contra a asma é o uso da bombinha.
Método mais eficaz de tratamento contra a asma é o uso da bombinha. (Divulgação)

SÃO LUÍS – Dificuldade em respirar, sensação de falta de ar, tosse seca – que não melhora – e chiado podem ser sintomas de uma doença que não tem cura e que requer muitos cuidados: a asma. Segundo estimativas, a asma, além de outros problemas respiratórios, afetam, aproximadamente, 10% da população brasileira, ou seja, cerca de 20 milhões de pessoas. O país é o 8º em prevalência de asma. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima em 250 mil mortes de asma por ano, em todo o mundo.

O médico pneumologista João Batista explica que a asma é um estreitamento dos brônquios – pequenos canais que levam o ar aos pulmões –, o que dificulta a respiração, e se diferencia de outras crises respiratórias porque afeta o sistema inferior. "É uma doença inflamatória crônica, que não tem cura, que acomete os brônquios, que nada mais são que um sistema de 'canos' que levam o ar que você respira até o pulmão. Essa inflamação cria o estreitamento desses brônquios, desses 'canos', e provoca falta de ar, tosse, catarro e a famosa chiadeira no peito, que é uma das questões mais comuns do paciente asmático", explica em entrevista ao Imirante.comouça na íntegra.

Alguns fatores são capazes de desencadear a doença. Eles são conhecidos pelos especialistas como elementos irritativos inalatórios, uma vez que a inalação pode afetar os brônquios. Entre eles, estão: pólen, poeira, mofo, fumaça, poluição, ácaros – micro-organismos aracnídeos, parentes das aranhas, que habitam os travesseiros, carpetes, cortinas e bichinhos de pelúcia –, além de outros. Ao estarem submetidos aos ambientes com esses "gatilhos" – como são conhecidos os desencadeadores da doença –, os pacientes podem queixar-se de cansaço mesmo com pequenas atividades. "É essencial que, para atividade física, o asmático esteja, perfeitamente, compensado, porque o esforço excessivo, ou até mesmo não precisa ser tão excessivo assim, ele pode ser o que a gente chama de gatilho, que é aquilo que é capaz de desencadear ou agravar a doença", diz Batista.

As alterações climáticas e mudança das estações do ano, também, são sentidas pelos pacientes asmáticos. "A percepção dos sintomas é uma característica individual. Tem pacientes que relatam que, quando estão em ambientes secos, sentem-se melhor. Tem outros que, quando estão em ambiente úmido, sentem melhora. O que é comum a todos é que eles percebem as variações climáticas, e essas variações é que são coisas que eles mais se queixam como 'percebedores' que a crise de asma está por se iniciar", esclarece.

Tratamento

Para desenvolver a asma, o paciente deve, além de estar submetido aos "gatilhos"¸ conter uma informação genética da doença. "Na asma, geralmente, tem que nascer com aquela informação genética para você ter a doença. Só que não basta você ter a informação genética. Tem que ter elementos do ambiente que façam você iniciar a doença", explicita o especialista. Normalmente, a doença costuma aparecer na fase da infância.

Com tratamento adequeado, o paciente pode controlar a doença para o resto da vida, desde que use os remédios de maneira adequada, conforme indicam os pneumologistas. Caso contrário, a asma pode retornar, geralmente, na idade produtiva, com a exposição do indivíduo ao ambiente de trabalho, e pode voltar de maneira mais grave, já que não há como prever a intensidade da doença. Por isso, João Batista não recomenda o abandono do tratamento. "O fato de ela não ter mais sintomas, mesmo usando as medicações, não quer dizer que ela não tenha mais arma. A asma vai continuar lá, escondida, esperando a primeira oportunidade de voltar a se manifestar, e isso tem a ver com o ambiente", afirma.

O método mais eficaz de tratamento contra a asma é a utilização da famosa bombinha. "As bombinhas são medicações que são utilizadas como tratamento de alívio dos sintomas e controle da doença. Elas são utilizadas de uma via inalatória, ou seja, você inala a medicação e ela vai agir no pulmão. A grande vantagem das bombinhas em relação a comprimidos e injeções é que elas, geralmente, têm doses mil vezes menores que aquela dose que você precisa ter em injeções e comprimidos. Então, você diminui os efeitos colaterais das medicações anti-inflamatórias utilizadas no tratamento da asma e é uma ação local do remédio, vai direto para o pulmão", explica o médico.

O clínico é o profissional habilitado a identificar a doença e iniciar o tratamento, além de encaminhá-lo para o pneumologista, que dá sequencia a ele.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.