Esquema fraudulento

Suspeitos de desviar dinheiro da Univima ostentavam bens de luxo

Funcionários recebiam salário de R$ 2,2 mil, não condizente com vida luxuosa.

Imirante.com, com informações da SSP

Atualizada em 27/03/2022 às 11h42
 Foto: Divulgação/SSP
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SÃO LUÍS – Após fazer levantamento dos bens das quatro pessoas presas, suspeitas de desviar quase R$ 34 milhões da Universidade Virtual do Maranhão (Univima), a polícia divulgou imagens comprovando que servidores “ostentavam” à custa do dinheiro público.

Entenda o caso:

Presos suspeitos de desviar R$ 34 milhões da Univima

Investigação sobre desvios na Univima começaram em 2014

Paulo Giovanni Aires Lima, José de Ribamar Santos Soares, Inaldo Damasceno Correa e Valmir Neves Filho foram presos nessa quarta-feira (27). Com eles, a polícia apreendeu carros de luxo, joias estimadas em mais de meio milhão de reais, relógios de marca, com unidades que superam R$ 20 mil, dentre outros objetos e documentos, que apontaram que os envolvidos levavam uma vida de ostentação e luxo, não condizente com os ganhos declarados por eles.

 Foto: Divulgação/SSP
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Segundo o delegado Manoel Almeida, da Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção, o esquema fraudulento funcionava da seguinte forma: os ordenadores de despesa do órgão realizavam pagamentos normais aos credores do órgão, que tinham contratos em vigor e que apresentaram faturas a serem pagas. Depois da emissão das ordens bancárias e de confirmar o pagamento pelo banco, o responsável pelo setor financeiro cancelava o pagamento no sistema Siafem e lançava novo pagamento, dessa vez, para empresas-fantasmas, usadas apenas para desviar os recursos públicos.

A quadrilha operou na Universidade Virtual do Maranhão no período de 2010 a 2013. De acordo com o delegado Manoel Almeida, o suspeito Paulo Giovanni Aires Lima trabalhou no setor financeiro da Univima, de 2010 a 2011, quando teria sido substituído pelo servidor José de Ribamar Santos Soares, que continuou operando sistema Siafem, de 2011 a 2012. Ele contou que os funcionários recebiam um salário mensal de, aproximadamente, R$ 2,2 mil, o que não condiz com a vida luxuosa que ostentavam.

 Foto: Divulgação/SSP
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“Com o Paulo Giovanni, apreendemos dois carros de luxos, sendo um Corolla e um Fusion, mas, pela consulta ao seu CPF, identificamos que o mesmo já possuiu vários carros caros, como SW4, Hillux e até um Porsche Cayenne, avaliado em, aproximadamente, R$ 300 mil. Na residência do suspeito, encontramos, ainda, joias, relógios, que, se confirmado sua autenticidade, podem custar mais de R$ 20 mil cada um, ressaltando que a casa em que reside no Araçagi está avaliada em R$ 2,2 milhões. O Paulo Giovanni nega o envolvimento no esquema e diz que trabalha no ramo da construção civil e pontuou que começou construindo e vendendo casas populares e, depois, entrou no ramo de imóveis de luxo”, relatou.

Ainda de acordo com o delegado Manoel Almeida, José de Ribamar Santos, que também trabalhou no setor financeiro da Univima e recebia salário de R$ 2,2 mil, também ostentava negócios superiores ao seu pró-labore. Em nome do suspeito, a polícia identificou uma locadora de veículos, com, aproximadamente, 15 automóveis, entre modelos populares, de luxo e até uma van que fazia viagens para o interior do Estado. José de Ribamar Santos é detentor de mais de 10 imóveis na Região Metropolitana de São Luís, colocados em nome de parentes.

O delegado Manoel Almeida explicou que o empresário Valmir Neves Filho é proprietário de várias empresas e recebeu da Univima, entre 2011 e 2012, aproximadamente R$ 12 milhões. Já Inaldo Damasceno Correa foi identificado como “laranja” do empresário e confessou, em depoimento, que teria recebido da Universidade R$ 770 mil, referente a duas movimentações financeiras no ano de 2011, valor este que teria repassado em seguida a Valmir Neves.

“De 2010 a 2012, uma das empresas de Francisco José Silva Ferreira movimentou cerca de R$ 21,5 milhões no esquema envolvendo a Universidade. Ele é proprietário de vários empreendimentos, carros de luxos, uma pousada e um imóvel em Barreirinhas”, disse o delegado.

A fraude foi descoberta por meio de uma auditoria da Secretaria de Estado de Transparência e Controle, que revelou o desvio de R$ 33, 78 milhões dos cofres públicos do Estado do Maranhão, por meio de fraude no sistema financeiro do Estado, o Siafem.

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