Brasil reciclou 91,5% das latas de alumínio produzidas em 2008

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 13h08

BRASÍLIA - O Brasil reciclou 91,5% das latas de alumínio produzidas para embalagens de bebidas em 2008, um total de 165 mil toneladas de sucata. O índice é menor que o de 2007, quando o país reciclou 96,5% das latas comercializadas no mercado interno.

De acordo com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas), a queda se deve à crise econômica, que forçou o aumento dos estoques e reduziu o montante de sucata enviado à indústria para reaproveitamento.

“A lata foi coletada mas não chegou na totalidade à indústria. Os vendedores mantiveram os estoques e só voltaram a vender quando a indústria [que utiliza a sucata, como a siderúrgica] retomou a produção, em março”, afirmou hoje (30) o coordenador da comissão de reciclagem da Abal, Henio De Nicola.

Apesar da queda, o Brasil manteve a liderança mundial de reciclagem de latas de alumínio. A Argentina, segunda colocada, reciclou 90,4% da produção, e o Japão, 87,3%. Nos Estados Unidos, o índice de 2008 foi de 54,2%, mas o volume da produção é muito maior, de 98 bilhões de latas por ano, sete vezes maior que a brasileira, por exemplo.

A reciclagem de latas no país movimentou cerca de R$ 1,6 bilhão em 2008, volume de recursos 11% menor que em 2007. Desse total, R$ 492 milhões foram injetados diretamente na coleta. De acordo com o empresariado, o volume de latas de alumínio coletado em 2008 equivale à geração de pelo menos 184 mil empregos.

Mesmo com os bons resultados para o setor, que apesar da crise mundial cresceu 8,8% em 2008 e espera alcançar 10% este ano, o preço para os catadores, que estão na base da cadeia produtiva, não se recuperou. Na avaliação de De Nicola, da Abal, o problema está nos intermediários, que não repassam os ganhos para quem coleta.

“O valor pago aos catadores hoje ainda está baixo por causa da queda de braço da cadeia produtiva. O preço pago pela indústria não chega ao catador, os vendedores intermediários estão se capitalizando”, avaliou.

Tanto a indústria de produção quanto a de reciclagem de latas apontam a falta de regulamentação como um dos entraves para garantia de sustentabilidade do setor. O diretor executivo da Abralatas, Renault Castro, acredita que a Política Nacional de Resíduos Sólidos, em tramitação no Congresso Nacional, poderá ser um dos instrumentos para definir responsabilidades dos setores público e privado e criar instrumentos sociais de apoio aos catadores.

“O texto que está hoje no Congresso não interfere em nenhum mecanismo de preço, o que é saudável. No caso do alumínio, inclusive, nem é necessária interferência, mas o governo pode contribuir com políticas para apoiar com equipamentos, crédito, formação”, apontou.

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