COLUNA

Desagregador

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

O senador Roberto Rocha (PSDB), pré-candidato ao governo do Maranhão, mostrou com fatos, em entrevista à Rádio Mirante FM, que o comunista faz o contrário do que a política pede, que é agregar aliados. Rocha se considera mais um dos políticos traídos por Flávio Dino (PCdoB)
Em entrevista ao programa “Jornal da Mira”, o candidato do PSDB pontuou como funciona o comportamento político do governador Flávio Dino. Segundo o senador, o Maranhão nunca teve um governador e, por isso, apresenta números pouco expressivos. Para Rocha, desde 2014, mesmo depois de eleito, o comunista continuou candidato e passou todos os anos de seu mandato de governador nessa condição.
E nessa condição de eterno candidato é que Flávio Dino decidiu afastar e trair aliados que estavam ao seu lado. O tucano falou de Zé Reinaldo Tavares e de Waldir Maranhão. Sobre Tavares, o senador o classificou como o pai político de Flávio Dino, o tirando do nada e o transformando em deputado federal, em 2006. Mesmo sendo criado por Zé Reinaldo, o comunista não teve o menor pudor em desconsiderar quem o ajudou a entrar na vida pública.
Outro traído foi Waldir Maranhão, que, segundo Rocha, virou piada após defender a tese jurídica de Dino no caso do impeachment de Dilma Rousseff.
Mas antes desses dois, o traído foi o próprio Roberto Rocha. Segundo ele, Dino se afastou e o tratou como inimigo político pelo simples fato de vê-lo (isso ainda em 2015) como adversário em 2018.
Sobre a posição de desagregador de Dino, Rocha alfinetou e disse que para homem público, Dino precisa de outro “ingrediente”.
“Para ser homem público, antes de tudo precisa ser homem”, comentou o tucano sobre a posição de traidor de Flávio Dino.
É mais um traído mostrando a face que o governador do Maranhão tem nos bastidores da política.

Vetada
Nos quatro anos de mandato do governador Flávio Dino, ele nunca chamou a equipe de Política de O Estado para uma entrevista coletiva.
Foram numerosos pedidos formais de entrevista, todos ignorados ou simplesmente negados pela assessoria do governador.
No mesmo período, diversos pool de jornalistas alinhados - ou equipes específicas vinculadas ao Palácio dos Leões - foram recebidos para conversas com o governador.

Na sabatina
Ao contrário do que tenta vender Flávio Dino, os veículos do Grupo Mirante, O Estado incluído, fazem questão de ouvi-los em suas páginas ou programas.
A Sabatina de O Estado, por exemplo, que será reeditada a partir da segunda quinzena de agosto, por exemplo, faz questão de contar com a presença do comunista.
Comandada pelo editor de Política, Marco Aurélio D’Eça, a Sabatina, que foi sucesso em 2016, já está com os documentos formais para o convite a Dino e aos demais candidatos.

Ainda incógnito
Apontado como possível apoiador do senador Roberto Rocha (PSDB), o deputado estadual Eduardo Braide (PMN) ainda negocia com o Coronel Monteiro.
Apesar de negar publicamente, o parlamentar resiste a uma aliança formal com o que chama de “política tradicional”, buscando alternativas.
Mas sabe que, para seus planos pessoais em 2020, a aliança tucana pode ser fundamental.

Bolsonaristas
Com o coronel PM Roberto Filho de vice, a candidata Maura Jorge (PSL) espera consolidar sua relação com os bolsonaristas no Maranhão.
Embora pertença ao partido do presidenciável Jair Bolsonaro, a ex-prefeita divide com o Coronel Monteiro a hegemonia da representação bolsonarista no estado.
E entende que o coronel Roberto pode unificar os palanques, sobretudo nos meios militares.

Impugnações I
Os candidatos que serão oficializados em convenção até o dia 5 de agosto terão até o dia 15 para pedir registro ao Tribunal Regional Eleitoral.
E é a partir do pedido de registro que começa a abrir os prazos para impugnação de candidaturas.
A Justiça Eleitoral tem até o dia 17 de setembro para decidir se as impugnações têm ou não procedência.

Impugnações II
Um dos candidatos que certamente serão impugnados é o vice-governador Carlos Brandão, que concorre à reeleição na chapa de Flávio Dino.
Ele é considerado inelegível por ter assumido o governo depois do prazo legal de 7 de abril - e ainda participou de eventos públicos e assinou documentos.
Tanto o MDB quanto o PRP já têm prontas as ações que nortearão o pedido de cassação do registro de Brandão.

Substituto
Embora o governador Flávio Dino mantenha a bravata de impor o nome de Carlos Brandão em sua chapa, ele não deve seguir com a estratégia por muito tempo.
Logo que chegarem as primeiras ações contra o vice, Dino deve reunir o grupo e anunciar o substituto.
Por mais intransigente que seja, Dino sabe que um processo de dúvida rolando por mais de dois meses durante a campanha pode desgastá-lo irremediavelmente.

E MAIS

• Alvo pessoal do governador Flávio Dino, o deputado federal Hildo Rocha consolida cada vez mais sua reeleição à Câmara Federal.

• Serão sete os candidatos a governador do Maranhão a partir do dia 5, isto se o deputado Eduardo Braide não confirmar sua candidatura.

• Já fizeram convenção Flávio Dino, Roseana Sarney, Ramon Zapata e Odívio Neto; falta a oficialização de Roberto Rocha, Maura Jorge e Coronel Monteiro.

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