Crítica

Crítica: CPM 22 relembra hits dos anos 2000 em acústico

Em "CPM 22 - Acústico", sucessos como "Tarde De Outubro" e "Irreversível" são lembrados.

Gustavo Sampaio/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h59

SÃO LUÍS - Chão. Essa é a premissa básica para um artista que deseja lançar o seu primeiro registro acústico ou ao vivo. Para o CPM 22, o grupo comandado pela voz que "liderou" milhares de jovens na década passada, de Badauí, a gravação de um disco (e DVD) "desplugado" já vinha se anunciando há anos. Em uma fase distante da popularidade conquistada nos primeiros anos deste século, o grupo relembra os seus grandes (que não sou poucos) hits, em um disco de poucas surpresas.

O começo com a melodramática "Não Sei Viver Sem Ter Você", acompanhada pelos clichês urros da plateia no início do registro, chega a ser desconcertante. A impressão que dá é de que a música não tem o mesmo peso de sua versão original, deixando esta performance uma tentativa fracassada de soar acessível.

O mesmo problema não se repete em "Desconfio", onde a boa integração entre vocal e backing vocal soa tão radiofônica quanto o hit de mais de 10 anos atrás. A canção, inclusive, forma a base que se segue em "O Chão Que Ela Pisa" e "Tony Galano", que cabem em um contexto mais “balada” e menos hardcore.

Hits

O "punhado" de hits do hoje, então, quarteto, começa mesmo lá pela quinta faixa, com um dos primeiros hits do grupo já na segunda década deste século: "Vida Ou Morte". Com uma levada mais ska e pop, abrilhantada pelos naipes de metais e pelo coro uníssono da plateia, a faixa ganha uma versão, ainda, melhor que a lançada há três anos. A trinca "Irreversível", "Tarde de Outubro" e "Dias Atrás", que figuraram por meses entre as canções mais tocadas das rádios brasileiras, ganham versões extravagantes, mas pouco memoráveis. A diferença entre as versões originais e estas acústicas traz nostalgia aos velhos fãs, mas se torna pouco convincente a possíveis novos convertidos.

A inédita "Perdas", a versão agridoce da punk-rock "Nossa Música" e a participação de Dinho Ouro Preto no hino da fase emo "Um Minuto Para o Fim do Mundo" são momentos que chamam a atenção até dos ouvintes mais dispersos.

Canções como "Apostas e Certezas" e "Estranho No Espelho", mesmo não tão populares como as demais, caberiam bem neste registro. Aos fãs do grupo, este disco se torna um saudosismo necessário. Aos que chegam a esta segunda década do século XXI sem ter ouvido o som de Badauí e Cia., este registro acústico até serve como cartão de visitas, mas uma passagem minuciosa pelos álbuns acaba sendo uma audição mais memorável.

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