Carnaval 2018

Com Pabllo Vittar em destaque, Beija-Flor vence o Carnaval do Rio de Janeiro

Em forte tom de crítica social a escola ganhou a avenida fazendo o paralelo entre o Frankenstein e as mazelas sociais do Brasil.

Na Mira

Atualizada em 27/03/2022 às 11h20
Pabllo Vittar foi destaque de carro da Beija-Flor que tratava de intolerância. / Foto: Alexandre Durão/G1.
Pabllo Vittar foi destaque de carro da Beija-Flor que tratava de intolerância. / Foto: Alexandre Durão/G1.

A disputa pelo título de Campeã do Carnaval do Rio de Janeiro 2018 foi muito acirrada, as escolas disputaram ponto a ponto, e a campeã só foi conhecida nos últimos instantes, quando a Beija-Flor de Nilópolis pôde soltar o grito de vitória.

Leia também:

Com transparências e fio-dental, Pabllo Vittar desfila na Beija-Flor

Liminar obtida pelo Ministério Público interdita quadra da Beija-Flor

Acadêmicos do Tatuapé é bicampeã do Carnaval de São Paulo

Carnavalesco maranhense, Wagner Santos, disse ter sido uma honra homenagear o MA

Vice-campeã, Mocidade Alegre homenageou a cantora Alcione

Beija-Flor usou história do Frankenstein para fazer crítica à desigualdade social brasileira. / Foto: Alexandre Durão/G1.
Beija-Flor usou história do Frankenstein para fazer crítica à desigualdade social brasileira. / Foto: Alexandre Durão/G1.

A escola de samba levou para o sambódromo o enredo "Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu". Em forte tom de crítica social a escola ganhou a avenida fazendo o paralelo entre o romance "Frankenstein", o qual faz 200 anos, e as mazelas sociais do Brasil, marcado pela desigualdade, corrupção, intolerância racial, de gênero e religiosa, violência, entre outras.

Escola mostrou os roedores dos cofres públicos. / Foto: Alexandre Durão/G1.
Escola mostrou os roedores dos cofres públicos. / Foto: Alexandre Durão/G1.

A escola encerrou os desfiles na Marquês de Sapucaí, no 2º dia do Grupo Especial nessa terça-feira (13). Ao final da apresentação apoteótico, a bateria parou de tocar, e o público continuou cantando o samba-enredo da Beija-Flor na Praça da Apoteose.

Em segundo lugar no desfile das escolas do Rio de Janeiro ficou a Paraíso do Tuiuti, seguida da Salgueiro. As escolas rebaixadas no Rio de Janeiro foram a Grande Rio e Império Serrano, as quais desfilarão na Série A no ano que vem (veja, no final da matéria, o resultado final).

SAMBA ENREDO

Samba Enredo 2018 - Monstro É Aquele Que Não Sabe Amar (Os Filhos Abandonados da Pátria Que Os Pariu)

Composição: Di Menor / Diego Oliveira / Diogo Rosa / Gilsinho Bacana / JJ Santos / Júlio César Assis / Kiraizinho / Manolo

Sou eu

Espelho da lendária criatura

Um monstro

Carente de amor e de ternura

O alvo na mira do desprezo e da segregação

Do pai que renegou a criação

Refém da intolerância dessa gente

Retalhos do meu próprio criador

Julgado pela força da ambição

Sigo carregando a minha cruz

A procura de uma luz, a salvação!

Estenda a mão meu senhor

Pois não entendo tua fé

Se ofereces com amor

Me alimento de axé

Me chamas tanto de irmão

E me abandonas ao léu

Troca um pedaço de pão

Por um pedaço de céu

Ganância veste terno e gravata

Onde a esperança sucumbiu

Vejo a liberdade aprisionada

Teu livro eu não sei ler, brasil!

Mas o samba faz essa dor dentro do peito ir embora

Feito um arrastão de alegria e emoção o pranto rola

Meu canto é resistência

No ecoar de um tambor

Vêm ver brilhar

Mais um menino que você abandonou

Oh pátria amada, por onde andarás?

Seus filhos já não aguentam mais!

Você que não soube cuidar

Você que negou o amor

Vem aprender na beija-flor

Assista ao desfile da Beija-Flor

Sobre a escola

A Beija-Flor de Nilópolis nasceu nas comemorações do Natal de 1948. Um grupo formado por Milton de Oliveira (Negão da Cuíca), Edson Vieira Rodrigues (Edinho do Ferro Velho), Helles Ferreira da Silva, Mário Silva, Walter da Silva, Hamilton Floriano e José Fernandes da Silva, resolveu formar um bloco que, depois de várias discussões, por sugestão de D. Eulália de Oliveira, mãe de Milton, recebeu o nome de Beija-Flor (inspirado no Rancho Beija-Flor, que existia em Marquês de Valença). Dona Eulália foi admitida como fundadora.

Em 1953, o Bloco Associação Carnavalesca Beija-Flor, vitorioso no bairro, foi inscrito por Silvestre David do Santos (Cabana) integrante da ala dos compositores, como escola de samba, na Confederação das Escolas de Samba, para o desfile oficial de 1954, no 2º grupo.

No seu primeiro desfile, em 1954, foi campeã passando para o Grupo I, no qual permaneceu até 1963. Depois de um período de altos e baixos, em 1974, retornou para o Grupo I, resultado do bom trabalho desenvolvido por Nelson Abraão David. Em 1977, Aniz Abraão David assume a Presidência e projeta a Escola de Samba de Nilópolis como uma das mais famosas do mundo.

Resultado final:

1º Beija-Flor – 269,6

2º Paraíso do Tuiuti – 269,5

3º Salgueiro – 269,5

4º Portela – 269,4

5º Mangueira – 269,3

6º Mocidade Independente de Padre Miguel – 269,3

7º Unidos da Tijuca – 269,1

8º Imperatriz – 268,8

9º Vila Isabel – 268,1

10º União da Ilha – 267,3

11º São Clemente – 266,9

12º Grande Rio – 266,8

13º Império Serrano – 265,6

Com Pabllo Vittar em destaque, Beija-Flor vence o Carnaval do Rio de Janeiro

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.