“Profunda indignação”

Brasil repudia assassinato de estudante brasileira na Nicarágua

Raynéia Gabrielle Lima foi assassinada a tiros em Manágua, capital da Nicarágua, na noite dessa segunda-feira (23).

Imirante.com, com informações da Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h17
Estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima.
Estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima. (Foto: Reprodução / Facebook)

BRASÍLIA - O Ministério das Relações Exteriores expressou “profunda indignação” com a morte da estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima, assassinada a tiros em Manágua, capital da Nicarágua, na noite dessa segunda-feira (23). De acordo com o reitor da Universidade Americana (UAM), Ernesto Medina, os disparos que atingiram a jovem foram feitos por um grupo de paramilitares no sul da cidade.

O país centro-americano vive uma crise sociopolítica e os protestos contra o presidente Daniel Ortega, que está há 11 anos no poder, se intensificaram nos últimos meses, sendo reprimidos pelo governo. Organizações comunitárias que atuam na região apontam que esses confrontos já causaram entre 277 e 351 mortes. O assassinato da estudante aconteceu horas após um discurso do reitor Ernesto Medina, em que criticou a gestão de Ortega.

Na nota emitida nesta terça-feira (24), o Itamaraty repudia a "perseguição de manifestantes, estudantes e defensores dos direitos humanos" e cobra das autoridades nicaraguenses a identificação e punição dos responsáveis pelo assassinato da estudante.

Veja na íntegra da nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores sobre o assassinato de Raynéia Gabrielle Lima:

O governo brasileiro recebeu com profunda indignação e condena a trágica morte ontem, 23 de julho, da cidadã brasileira Raynéia Gabrielle Lima, estudante de Medicina na Universidade Americana em Manágua, atingida por disparos em circunstâncias sobre as quais está buscando esclarecimentos junto ao governo nicaraguense. Neste momento difícil, estende sua solidariedade e expressa suas mais sentidas condolências à família da jovem.

Diante do ocorrido, o governo brasileiro torna a condenar o aprofundamento da repressão, o uso desproporcional e letal da força e o emprego de grupos paramilitares em operações coordenadas pelas equipes de segurança, conforme constatado pelo Mecanismo Especial de Seguimento para a Nicarágua instalado para implementar as recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Ao repudiar a perseguição de manifestantes, estudantes e defensores dos direitos humanos, o governo brasileiro volta a instar o governo da Nicarágua a garantir o exercício dos direitos individuais e das liberdades públicas.

O governo brasileiro exorta as autoridades nicaraguenses a envidarem todos os esforços necessários para identificar e punir os responsáveis pelo ato criminoso.

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