Candidatura única

Lideranças veem dificuldades em acordo no grupo Dino

Aliados governistas assinaram carta com compromisso de apoiar o mesmo candidato, mas ações de Brandão e Weverton sugerem rompimento.

Gilberto Léda

Atualizada em 26/03/2022 às 19h21
(Weverton Brandão)

A avaliação do vice-governador do Maranhão, Carlos Brandão, pré-candidato do PSDB ao Governo do Estado - que se mostrou cético, na semana passada, ao comentar a possibilidade de unidade real entre todos os aliados do governador Flávio Dino (PSB) em torno de uma única candidatura ao governo em 2022 -, aparentemente é a mais recorrente entre lideranças políticas maranhenses, sejam elas de direita, ou de esquerda, governistas, ou de oposição.

Disse o tucano: “A unidade é importante, mas nem toda vez se consegue”. Acrescentando que haverá um esforço para, até a próxima reunião de líderes no Palácio dos Leões, marcada inicialmente para novembro, haver unidade. “Vamos ver se a gente, até lá, consegue fazer algum esforço para estar todo mundo unido”, destacou.

Dentre os aliados do governador, já lançaram pré-candidaturas, além do vice, o senador Weverton Rocha (PDT), o secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão (PT) e o secretário de Estado da Indústria, Comércio e Energia, Simplício Araújo (SD).

Ouvidos durante a semana pelo Imirante, políticos de todos os matizes reforçaram a tese de que, se houver, a unidade será construída com muito esforço. Vários deles, contudo, não vêm outro caminho que não seja o lançamento de mais de uma candidatura pelo atual campo governista – o que, na avaliação destes, culminaria com um racha na base.

“Acredito que é possível. Todo nosso esforço é nesse sentido”, opinou, sucinto, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Othelino Neto. Filiado ao PCdoB, ele é um entusiasta da candidatura de Weverton Rocha.

O secretário de Esportes, Rogério Cafeteira, que migrou para o PSB junto com o governador Flávio Dino, é menos otimista. Ele acredita num rompimento do senador. “Acredito que vamos com uma única candidatura: Carlos Brandão. Na minha opinião, Weverton rompe”, declarou.

A opinião do governista coaduna com do oposicionista Adriano Sarney (PV). Para ele, como nem Brandão, nem Weverton têm interesse em abrir dos seus projetos, o destino do “grupo dos Leões”, é o rompimento.

“Não acredito na união do grupo dos Leões. As candidaturas de Weverton e de Brandão são para valer, e nenhum vai abrir mão”, declarou.

Mesma avaliação faz o também oposicionista Aluisio Mendes (PSC). “Acredito que a cisão do grupo é definitiva e o grupo que caminhou com Flávio nas últimas eleições terá mais de um candidato”.

Otimistas, mas nem tanto - Há entre os aliados do governo Flávio Dino aqueles que tentam demonstrar algum otimismo em relação a uma possível unidade. A análise destes, no entanto, é quase uma expressão de desejo, uma torcida.

“Torço para que isso ocorra. Hoje, pela força e legitimidade de cada pré-candidatura, talvez se tenha a dificuldade de enxergar essa unidade, mas continuo acreditando nessa união”, afirmou o deputado estadual Marco Aurélio.

O petista Zé Carlos, deputado federal, diz que “a união deveria ser o ideal, desta forma não haveria nenhuma dificuldade de apoio do PT”. “Sem entendimento será um Jogo arriscado e do tipo ‘perde-ganha’, o que seria muito desaconselhável”, comentou.

“Acredito sim [na unidade], inclusive sou um defensor na base do governo”, completou o deputado estadual Zé Inácio, também do PT.

Carta assinada – Alinhados no discurso os dois parlamentares do DEM ouvidos pela reportagem, federal Juscelino Filho, e estadual Neto Evangelista, destacaram o fato de que todos os presidentes de partidos da base assinaram, em julho, uma carta com o compromisso de apoiar o nome a ser escolhido pelo grupo.

“Acredito que serão cumpridos por parte do governador e dos presidentes de partidos, agora na reunião de novembro, os critérios assumidos na reunião de julho para a escolha do candidato, e que o grupo terá um único candidato”, destacou Juscelino Filho.

“Existe um documento assinado pelos partidos e entre os candidatos Weverton, Brandão e Simplicio, com condições que devem unir o grupo. Sendo respeitado, poderemos ter a unidade”, ressaltou Evangelista.

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