Análise

Os 100 dias de governo de Eduardo Braide

Prefeito ainda se ocupa de tarefas simples como manutenção, povo espera por grandes projetos

José Linhares Jr

Atualizada em 27/03/2022 às 11h03
Eduardo Braide chegou a 100 dias de gestão em São Luís
Eduardo Braide chegou a 100 dias de gestão em São Luís (Foto: Paulo Soares/O Estado)

O prefeito Eduardo Braide (podemos) completou recentemente 100 dias de governo. Passado este tempo, é certo que ainda é cedo afirmar que tipo de governo iremos ter e que tipo de prefeito irá ser o jovem político. Contudo, os sinais do que pode vir a ser estão dados e uma análise apurada deles não é nada positiva.

É certo que Eduardo Braide tenta incorporar a imagem de prefeito presente, trabalhador. Em suas redes sociais, a presença in loco em todas as obras e ações da prefeitura é mais do que visível. Obras em escolas, praças, asfaltamento, hospitais e repartições constantes.

Pelo menos, aparentemente, a dedicação do prefeito em ter sua imagem ligada diretamente ao que a Prefeitura faz já é um avanço. Ao contrário dos políticos maranhenses tradicionais que preferem o aconchego do gabinete ao calor das ruas e a maciez de uma caneta ao peso de um capacete, Braide usa sua juventude a seu favor de forma diferenciada.

O trato com as pessoas também empolga. O prefeito prefere o contato direto ao intermédio de assessores e secretários. Fala com as pessoas não como um prefeito, mas como outra pessoa comum. Quem observa os momentos de diálogo de Braide com os cidadãos percebe um político muito mais preocupado em ouvir do que prometer.

Qualidades difíceis de encontrar no Maranhão na atualidade. Mas, aqui fica a pergunta: será que apenas essas qualidades são o suficiente para sustentar a gestão que deveria ser responsável pela modernização da cidade? Será que São Luís precisa apenas de um prefeito que passe o dia de obra em obra falando de forma cortês com as pessoas?

Até o presente momento o prefeito não anunciou nenhuma grande obra ou grande projeto. O que se vê são ações voltadas para a manutenção de situações que já causam cansaço.

Até quando São Luís terá gestões em que o asfaltamento da cidade é a meta e o fim principal da gestão? Até quando o famigerado tapa-buracos irá dominar 60% das conversas sobre a gestão pública municipal?

A população de São Luís clama por modernização e elegeu Braide deputado em 2018 e prefeito em 2020 esperando dele essa solução.

São Luís precisa deixar para trás a pequenez provinciana e assumir de vez o posto de locomotiva que puxará a vanguarda administrativa e econômica que irá servir de exemplo para todo o estado.

O velho discurso sobre manutenção de ruas e construção de praças deve ocupar o lugar que merece: o de secundário.

Braide precisa assumir as rédeas da efetivação do potencial turístico da cidade. Colocar todas as baterias da Prefeitura de São Luís na direção do Centro Histórico, Avenida Litorânea e da Lagoa da Jansen afim de transformar os locais nos templos de atração de turistas e geração de emprego.

Quando pratos na mesa deixam de ser servidos a trabalhadores todos os dias porque se convencionou que o tesouro da Lagoa da Jansen deve servir de depósito de esgoto?

A audácia que levou o político Braide ao cargo de prefeito deve ressuscitar no administrador. O cidadão que sozinho foi ao segundo turno em 2016, foi o deputado federal mais votado na capital em 2018 e enfrentou todos em 2020 ainda está lá. Só precisa saber que está.

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