SÃO LUÍS - Enquanto o governo federal não consegue efetivamente suprir a carência de estados e municípios por doses de vacinas contra o novo coronavírus, governadores e prefeitos mobilizam-se como podem - mas ainda de mãos atadas por uma decisão do STF, que só lhes permite agir em caso de comprovada falha no Plano Nacional de Imunização - para viabilizar imunizastes.
Há uma verdadeira corrida por vacinas no país. E no Maranhão não é diferente.
Na segunda-feira, 22, São Luís anunciou sua entrada formal no Consórcio Nacional de Vacinas das Cidades Brasileiras (Conectar), um colegiado da Frente Nacional de Prefeitos destinado à compra de doses pelos municípios.
Em âmbito estadual, o governo também tem se organizado em colegiado em busca de alternativas. Junto com o Consórcio Nordeste, o Maranhão vive a expectativa pela autorização para a aquisição de 37 milhões de doses da vacina Sputnik V, da Rússia.
Um contrato com o Fundo Soberano Russo já foi assinado pelo Executivo estadual, no valor de R$ 254 milhões.
Na verdade, uma intenção de compra, já que ainda não se tem certeza de quantas doses os russos poderão fornecer aos brasileiros.
Ao anunciar o fechamento do negócio, há pouco mais de uma semana, o Consórcio Nordeste, informou que haveria a entrega de 2 milhões de doses ainda em abril, e de outras 5 milhões em maio.
Segundo o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), não é bem assim.
"Eles nos dizem [o Fundo Soberano Russo] que o contrato prevê, que, a partir de abril, eles vão nos dizer […], eles vão nos informando: ‘Olha, nós temos prontas X milhões de doses’. Nós vamos buscar as vacinas e aí faremos os pagamentos, de acordo com a disponibilidade da fábrica situada na Rússia", disse o comunista, em pronunciamento na última sexta-feira, 19.
Especificamente no que diz respeito ao plano do Estado, Dino ainda pode ser obrigado pela Justiça - a pedido da seccional maranhense da OAB - a apresentar, em até cinco dias, o cronograma de aquisição de vacinas do Estado.
Na mesma ação, a Ordem pede, ainda, a reinstalação de um hospital de campanha em São Luís com, no mínimo de 200 leitos (186 clínicos e 14 de UTI), mesmo tamanho do hospital de campanha instalado no ano de 2020 e fechado antes que a pandemia tivesse atingido seu momento mais grave.
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