Maré não está pra banho

Própria para banho? Despejo de lixo polui praias da Região Metropolitana

Sema, ainda, deixou de divulgar o laudo de balneabilidade das praias.

Neto Cordeiro/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h45

SÃO LUÍS - A crise hídrica é assunto em todo o país. Só quem sofre com a falta d'água sabe valorizar cada gota. Porém, mais do que ter este líquido disponível, é preciso que as condições dele estejam próprias para o consumo... e próprias, também, para o banho.

As praias da capital maranhense consistem em um grande desafio para o poder público. A situação é complicada: a praia Olho d'Água, por exemplo, está degradada com a poluição, e grande parte do lixo é formada próxima à região de bares. O montante de resíduos é descartado de forma irregular, sem nenhuma preocupação com as consequências.

 Foto: Neto Cordeiro/Imirante.com.
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A Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp), da Prefeitura de São Luís, informa que “a coleta de resíduos nas faixas de praia da capital é diária, diurna, e que os serviços de limpeza são realizados no período de maré baixa”. Ainda de acordo com a Semosp, “a ocorrência de resíduos na areia da praia é decorrente do descarte irregular, muitas vezes pelo mau-hábito de alguns frequentadores e comerciantes”.

São José de Ribamar

No Araçagi, com as chuvas, o Rio Olho de Porco transbordou, e a água misturada com o lixo acumulado na areia desembocam no mar. Na praia do Meio, o cenário é semelhante. A maré vai secando e o lixo acompanha o desenho da orla.

 Foto: Neto Cordeiro/Imirante.com.
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Segundo a Prefeitura de São José de Ribamar, “a coleta nas duas praias é feita três vezes por semana e reforçada nos fins de semana, quando o fluxo de pessoas é maior”.

Tomar banho ou não?

Ir à praia em São Luís e na Região Metropolitana requer cuidados por parte dos banhistas, principalmente, com relação à qualidade da água. A placa pode até informar que o trecho está próprio para o banho, mas o banhista está sempre com o pé atrás. "Eu sei que a água não está limpa, dá para ver a sujeira", afirma a Naldilene Serra.

 Foto: Neto Cordeiro/Imirante.com.
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Desde o início deste ano, ficou, ainda, mais difícil saber se quais praias estão próprias, isso porque a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) deixou de divulgar o laudo de balneabilidade das praias de São Luís. Cabe ao banhista decidir tomar banho ou não.

 Foto: Neto Cordeiro/Imirante.com.
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Por meio de nota, a Sema afirmou que até o final de março será expedido novo laudo sobre a balneabilidade das praias, o qual será divulgado nos veículos de comunicação.

Leia, abaixo, a nota na íntegra:

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) esclarece que os laudos sobre balneabilidade eram emitidos através de termo de cooperação com o Laboratório Central do Estado do Maranhão (Lacem). O referido termo teve o prazo encerrado em dezembro do ano passado e a atual gestão encontrou a estrutura da Sema sem laboratório disponível para os laudos, assim como a desmobilização do pessoal qualificado para efetuar o referido teste.

De imediato, a atual gestão autorizou a reestruturação do laboratório de análises ambientais da Sema e já firmou novo termo de cooperação com o Lacem e a Vigilância Sanitária, para fornecer os laudos de balneabilidade das praias de São Luís durante 90 dias, dentro da metodologia orientada pela resolução do Conama. Com esse objetivo, está sendo feita a capacitação de um corpo técnico de cinco servidores da Sema e 16 da Vigilância Sanitária, que farão a coleta das amostras em 21 pontos. Até o final de março, será expedido novo laudo sobre a balneabilidade das praias, o qual será divulgado nos veículos de comunicação.

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