Paralisação

Rodoviários vão paralisar atividades no dia 15

A decisão foi tomada na tarde desta quarta-feira (9), durante uma assembleia geral.

Leandro Santos/O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h22

SÃO LUÍS - Motoristas, cobradores e fiscais que trabalham no transporte coletivo de São Luís paralisam as atividades por tempo indeterminado a partir das 0h de terca-feira (15). A decisão foi tomada na tarde desta quarta-feira (9), durante uma assembleia geral dos rodoviários, realizada na sede do sindicato que representa a classe.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (STTREMA), Dorival Sousa, a greve é necessária, pois os empresários do setor de transporte da capital, representados pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), se recusam a atender às reivindicações dos rodoviários.

Motoristas, cobradores e fiscais de coletivos querem um reajuste salarial de 16%, tíquete-alimentação de R$ 450 e inclusão de mais um dependente nos planos de saúde e odontológico.

Segundo o presidente do STTREMA, a justificativa, apresentada pelos empresários nas últimas rodadas de negociações, de que eles não têm condições financeiras para conceder o reajuste não é aceitável. "Nós não podemos ficar à mercê dos empresários, que alegam não ter condições financeiras de conceder o reajuste e, mesmo assim, continuam operando o sistema de transporte", pontuou Sousa.

Ele frisou que existe necessidade de concessão do reajuste salarial e outros benefícios por causa das condições de trabalho dos rodoviários. "Nós temos uma jornada de trabalho estressante. Trabalhamos de domingo a domingo sem nos pagarem hora extra e em ônibus precários", avaliou Dorival Sousa.

Sem condições

Na manhã de ontem, o superintendente do SET, Luís Cláudio Siqueira, reiterou que os empresários não têm condições de atender às reivindicações dos rodoviários por causa de dificuldades financeiras. De acordo com Siqueira, os dois anos que passaram sem reajuste no valor das tarifas de coletivos de São Luís; o reajuste salarial de 8% conseguido pelos rodoviários no ano passado; o aumento nos custos dos insumos, como combustíveis e as peças dos ônibus, a fraude nas gratuidades e a atuação dos transportes clandestinos são fatores que estão causando prejuízos financeiros aos empresários do setor e, por isso, eles estão impossibilitados de conceder o reajuste salarial pretendido pelos rodoviários. "Por isso, o consenso entre as duas partes é difícil", analisou o superintendente do SET.

Enquanto a situação entre patrões e empregados continua indefinida, a população ludovicense vive a iminência de uma greve. "No fim de tudo isso, vai acabar sobrando para a gente, já que é capaz de ter um aumento de passagem", afirmou a empregada doméstica Ana Maria dos Santos.

A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) se absteve de tratar da situação. Em nota, o órgão informou que a negociação entre patrões e empregados compete somente às partes envolvidas, cabendo à secretaria, portanto, o acompanhamento das negociações para resguardar os interesses da população.

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