Autossabotagem

Ansiedade: cheguei aos 25 anos. E agora?

Psicólogo explica porque a crise da idade está afetando as mulheres mais cedo e como superar as cobranças

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
(ansiedade)

São Luís - Você já deve ter ouvido falar sobre a crise dos 30 anos, certo? Mas sabia que muitas mulheres têm enfrentado esse período mais cedo? Sim, há jovens de 25 que passam horas se cobrando e comparando com pessoas que conseguiram se realizar profissionalmente e emocionalmente muito mais cedo.

As mulheres desta geração cresceram assistindo o filme “De Repente 30”, em que uma garota de 13 anos deseja ter 30 anos - pois essa seria a idade do sucesso -, mas no final se frustra com a realidade da vida adulta. Essa obra retrata um pouco dessa crise vivida ainda nos dias atuais.

Mas, por que essa crise tem chegado mais cedo para algumas mulheres? De acordo com o professor de Psicologia do Centro Universitário Estácio São Luís, Jefther Lima, vivemos em um dos países mais ansiosos do mundo.

“Existem inúmeras cobranças internas e externas que a mulher vivencia: elas precisam ter um bom emprego, um bom marido, ser mães, ser bonitas e atraentes, ser delicadas... As redes sociais têm acentuado isso ainda mais e levado a muitas comparações entre o estilo de vida das mulheres ‘comuns’ com as famosas na mídia”, explica.

O psicólogo acredita que a ambição é algo importante na vida, aquele desejo de conquistar, de se sentir realizada. Mas que, quando isso acontece por meio das comparações - que a pessoa acaba se tornando desmotivada - indica indícios de emoções, crenças e comportamentos que podem ser prejudiciais para a saúde mental. Ele aconselha, nesses casos, a psicoterapia.

Comparação e cobrança

A estudante de 25 anos, Beatriz Raed, percebeu pouco antes de completar seus 25 anos, que estava no meio de uma crise de comparação e cobrança. “Foi no ano passado [2020], quando entendi que o que havia planejado não daria certo. Vi a vida das minhas amigas – que têm praticamente a mesma idade que eu – fluindo enquanto a minha regredia”, conta.

O que mais a prejudicou foram as redes sociais. O Instagram, que poderia ser apenas um meio de distração e conexão, se tornou um ambiente de autossabotagem. “Eu via o feed de pessoas, até mais novas que eu, fazendo várias coisas e pensava: “só eu que não cresço, não realizo? Minha vida não anda! Me questionava muito. Foi um período muito ruim. Senti muita tristeza. Ia fazer 25 anos e não estava onde queria estar”, pontua.

O professor e psicólogo alerta: “é importante contestar as próprias crenças negativas”. Aos 25 anos a pessoa ainda está adentrando a vida adulta e muitas coisas podem e serão conquistadas, ou deixadas de lado. Por fim, ele aconselha que, na medida do possível, transforme a autocobrança em motivação para atingir metas e alimentar novos sonhos.


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