Transporte

Maranhão registra maior alta no valor do frete em todo o país

Na comparação julho a agosto, a alta no estado é de 6,92%, um pouco acima do Distrito Federal, que registrou aumento de 6,34% no valor médio do frete, segundo o Índice FreteBras

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
As maiores altas no valor médio do frete por quilômetro por eixo foram registradas no Maranhão
As maiores altas no valor médio do frete por quilômetro por eixo foram registradas no Maranhão (Caminhão frete Maranhão)


SÃO LUÍS - O Índice FreteBras do Preço do Frete (IFPF) mostra que, na comparação entre julho e agosto, as maiores altas no valor médio do frete por quilômetro por eixo no Brasil foram registradas no Maranhão (+6,92%) e no Distrito Federal (+6,34%). Os preços médios nesses estados ficaram em R$ 1,03 e R$ 1,00, respectivamente.

“A produção de grãos no Maranhão aumentou 5,7% nesse período, o que equivale 319 mil
toneladas a mais de grãos para transportar. Nós calculamos que seriam necessários cerca de 6 mil caminhões a mais para escoar esse volume. Porém, em nossa plataforma, vimos que apenas mil caminhoneiros a mais estavam disponíveis de julho a agosto. Para atrair mais caminhoneiros, os produtores tiveram que aumentar o preço do frete”, explica o Diretor de Operações da FreteBras, Bruno Hacad.

No Distrito Federal, a situação foi parecida. “Enquanto o volume de fretes aumentou em cerca de
12% no período, o número de caminhoneiros disponíveis na região, em nossa plataforma, caiu em 6%”, complementa Hacad.

Do outro lado da balança, as maiores quedas no valor médio do frete no período foram registradas no Rio Grande do Norte, onde o frete ficou 15,20% mais barato e no Ceará, que também teve queda significativa de 6,63%.

Cenário desafiador

O valor do frete no Brasil continua não acompanhando os sucessivos aumentos no preço do óleo
diesel S500, segundo o estudo da FreteBras. Entre agosto de 2020 e agosto de 2021, o custo nacional do transporte por quilômetro rodado por eixo teve um aumento de apenas 1,58%, enquanto o preço do diesel, no mesmo período, subiu 37,25%.

Os dados do IFPF mostram que o valor médio do frete por quilômetro por eixo no Brasil foi de R$
0,98, em agosto. A região Norte é a que apresentou o quilômetro por eixo mais caro (R$ 1,04), seguida por Nordeste (R$ 0,99) e Centro-Oeste (R$ 0,98). Os fretes mais baratos foram registrados no Sul e Sudeste, ambos com R$ 0,97.

Na comparação entre julho e agosto de 2021, a maior alta do preço do frete foi registrada no
Centro-Oeste, alcançando 1,95%. “Isso aconteceu muito em função da crise hídrica que acarretou a paralisação da hidrovia Tietê-Paraná e também o declínio das estimativas da produção nos estados da região. Assim, para o transporte de grãos do percurso Centro-Oeste até Sudeste, os produtores tiveram que usar como alternativa o modal rodoviário, que é dois terços mais caro que o hidroviário”, analisa Hacad.

A região Nordeste registrou a maior queda no período, já que entre julho e agosto o valor do
transporte rodoviário por quilômetro rodado ficou 3,27% mais barato. Houve um aumento de quase 6% de veículos registrados na plataforma na região, ajudando a puxar para baixo o valor do frete.

Variações anuais

Entre agosto de 2020 e agosto de 2021, o maior aumento no preço do frete foi na região Sul do
país (+2,07%). Neste período, a maior demanda por caminhoneiros para o escoamento da produção de grãos na região, que foi 6,5% maior segundo o CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), gerou um impacto ligeiramente positivo no preço do frete.

Já a maior queda foi registrada no Norte (-4,84%). “Em agosto, tivemos em nossa plataforma 43%
mais caminhoneiros disponíveis do que fretes na região Norte e isso fez com que o mercado pagasse mais barato para realizar os transportes”, declara Hacad.

Neste período, as variações do preço do diesel nas bombas foram altas. A média nacional foi
37,25% maior do que em agosto do ano passado, sendo que a região Norte teve a menor variação com 35,39% e a Nordeste obteve a maior, com 38,22%.

O IFPF, que foi lançado em fevereiro, permite uma visão além da regional, com um olhar
localizado para os Estados brasileiros. O Alagoas registrou a maior alta no preço do frete (+13,02%), de agosto de 2020 para agosto de 2021, impactado por uma alta de 87% no volume de fretes cadastrados na FreteBras. O Piauí também teve um aumento considerável de 11,53% no preço do frete, puxado pelo aumento de área plantada em 8%, o que gerou uma maior produção de grãos (milho e soja) em cerca de 10%.

Apesar do aumento no preço do frete, ambos os Estados tiveram uma variação de mais de 40% do preço do diesel no período comparado, sendo que Alagoas chegou a quase 43% de aumento.

Sobre os estados com maiores quedas no preço do frete, o Rio Grande do Norte e Ceará, em
comparação com agosto de 2020, fecharam com -16,88% e -7,95%, respectivamente, enquanto o preço do diesel nestes Estados aumentou em cerca de 39,38% no mesmo período.

“Depois de lançar o IFPF, confirmamos que o preço médio do frete não acompanha a alta dos
custos do diesel, mas também entendemos que o poder de negociar está nas mãos dos caminhoneiros. Por isso, lançamos o programa CalculaFrete, que tem como carro chefe a Calculadora de Custos. O objetivo é apoiar esses profissionais na gestão dos custos do transporte. É uma forma de empoderar ainda mais os motoristas e ajudá-los a organizar melhor seus gastos para conseguir manter o lucro das viagens", explica o executivo da FreteBras.

Mais
Metodologia

Os dados que compõem o Índice FreteBras de Preço do Frete (IFPF) têm base na análise de mais
de 5 milhões de fretes cadastrados até agosto de 2021. Com mais de 580 mil caminhoneiros cadastrados e 14 mil empresas assinantes, a FreteBras cobre 95% do território nacional. Foram analisados também os preços publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

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