Estado Maior

À disposição

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15

O secretário de Educação do Estado, Felipe Camarão, em entrevista ao quadro Bastidores do Bom Dia Mirante, disse que vai protocolar documento colocando seu nome à disposição do Partido dos Trabalhadores (PT) para disputar a eleição para o governo do Maranhão em 2022. A declaração de Camarão vem exatamente após nota da revista Veja sobre reunião do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o senador Weverton Rocha (PDT) em Brasília.

Por ser um dos mais leais aliados do governador Flávio Dino (PSB), a declaração de Felipe Camarão soa como um movimento do próprio Dino.

Um movimento que poderia ter duas possibilidades: ou o socialista quer investir de fato neste “plano B” para sua sucessão e tentar manter seu grupo unido ou, então, forçar uma conversa mais alinhada com a direção nacional do PT mostrando que Camarão tem potencial, e o PT do Maranhão teria espaço garantido na chapa majoritária com Dino e com o vice-governador Carlos Brandão (PSDB).

A questão toda é que a direção nacional não tem feito muitos movimentos para lançar candidatos aos governos estaduais na maior parte do Brasil. O partido tem voltado suas forças para os governadores que podem disputar a reeleição deixando os espaços abertos nos estados para estabelecer possíveis alianças.

Então, Camarão e Flávio Dino precisarão de esforços maiores para conseguir convencer Lula e demais mandantes do PT de que o secretário estadual de Educação do Maranhão é o excelente nome ao ponto de os petistas prejudicarem a negociação em curso com o PDT, que passa entre tantos pontos pela disputa pelo Palácio dos Leões.

Só uma ala?

Felipe Camarão disse que tem uma ala do PT com representante da Executiva Nacional que apoia o seu nome para disputar o governo estadual.

O problema para o secretário é que o PT tem múltiplas alas com representantes na direção nacional. Tem ala até de ex-petistas, como o caso do deputado federal Bira do Pindaré (PSB).

Até mesmo a ala que supostamente bancaria o apoio às pretensões de Camarão não está tão certa de que deve entrar na estratégia.

Local

Membros da direção nacional disseram à coluna que o movimento pró-Camarão é local somente. Não há conversa com a pauta de candidatura própria no Maranhão.

Em entrevista a TV Mirante, em sua passagem com agenda de pré-campanha, o ex-presidente Lula já havia dito que no Maranhão não haveria candidatura própria e sim composição majoritária.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, deverá ainda este mês já dar os primeiros sinais de como o PT do Maranhão deverá se comportar em todo o processo eleitoral.

Motivação

O Ministério Público Estadual (MP) emitiu nota oficial ontem à tarde para rebater as declarações do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) sobre a operação Maranhão Nostrum.

Segundo Josimar, a operação foi “espetaculosa” e teve motivação política devido a sua postura de ser candidato ao governo do Maranhão contra a vontade do Palácio dos Leões.

“Operação executada pelo Estado, autorizada por juiz de 1ª instância buscando evidências que não existe, dentro da minha casa e escritório. Isso ‘coincidentemente’ após eventos que mostraram nossa força e afastarmos do governo. Qual seria a motivação?”, disse o parlamentar nas redes sociais.

Resposta

Esta postagem e também a nota oficial de Maranhãozinho levou o MP a dar mais detalhes sobre a investigação, que segundo o órgão, teve início em 2018 após uma notícia de fato.

Na nota oficial, o MP diz que os pedidos de busca e apreensão e também quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados são de junho e foram deferidas em setembro.

O órgão disse que foram apreendidos 100 mil nos endereços ligados a Maranhãozinho e outros investigados, além de cheques em branco de uma das empresas ligadas à irmã do parlamentar, Irismar Cunha Rodrigues.

Ainda dúvida

Sobre não ser mais sócio de outra empresa investigada, o MP afirma que Josimar de Maranhãozinho foi sócio de 2013 a 2015, ou seja, dentro do período de investigação.

O que o Ministério Público não esclareceu foi o pedido feito à primeira instância da Justiça, já que ele tem foro privilegiado.

E considerando que 2014 a 2018 Maranhãozinho era deputado estadual, o pedido deveria passar pelo Tribunal de Justiça, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF).

De olho

100% dos leitos de UTI exclusivos para pacientes com a Covid-19 estão livres em São Luís. O anúncio foi feito pelo prefeito da capital, Eduardo Braide (Podemos).

Em conversa

Os deputados federais Juscelino Filho (DEM) e Pedro Lucas Fernandes (PTB e futuramente PSL) estão em diálogo para definir sobre o comando do futuro União Brasil - novo partido que surge da fusão do DEM com o PSL.

Segundo disse Juscelino à coluna, ele e Pedro Lucas estão conversando e alinhando a construção do novo partido no Maranhão.

A executiva nacional organizada com a decisão da fusão das legendas vai se reunir no fim deste mês para bater o martelo sobre as direções estaduais e municipais.

E mais

- Sobre a executiva nacional do União Brasil, o deputado Juscelino Filho foi escolhido membro dela, assim como já fazia parte da nacional do DEM.

- Já Pedro Lucas não integrou a executiva, até porque precisa esperar a janela partidária, em março do próximo ano, para se desfiliar do PTB.

- Lembrando que Pedro Lucas Fernandes é quem tem o comando do PSL no Maranhão, apesar de ainda não ter se filiado à legenda. O parlamentar colocou um aliado para organizar a sigla no estado.

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