Estado Maior

Esconde-esconde

Estado Maior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15

Há um claro jogo de esconde-esconde em relação a proposta de atualização do Plano Diretor de São Luís. A Prefeitura da capital diz que a Câmara já tem condições de votar o texto, e os vereadores dizem que falta ajustes do Poder Executivo, conforme observações do Ministério Público Estadual (MP) após as audiências públicas ocorridas para debater as propostas.

E o jogo de esconde-esconde se dá por um único motivo: os vereadores que na legislação passada criticaram o Plano Diretor enviado pela gestão do então prefeito Edivaldo Júnior (PSD) agora não mais podem manter a posição de outrora. Explica-se: se as adaptações propostas pelo MP conforme defenderam muitos vereadores forem feitas pela Prefeitura de São Luís, o prefeito Eduardo Braide (Podemos) terá complicações com a iniciativa privada, com a classe empresarial.

Mas, Braide também defendeu um texto conforme observações do MP e seria, no mínimo, incoerência agora não fazer as adaptações propostas pelo órgão de fiscalização. A ideia, tanto de parte dos vereadores quanto do prefeito Eduardo Braide, é aguardar o melhor momento (que poderia ser mais próximo das eleições do próximo ano, quando a população terá os olhos voltados para o pleito) para tentar aprovar uma atualização do Plano Diretor de São Luís que possa fazer o que diz o Ministério Público sem prejudicar o setor empresarial e, assim, evitar pressões futuras.

Vale lembrar que o Plano Diretor da capital maranhense deveria ter sido atualizado em 2016, já que o texto em vigência é de 2006 e a atualização das regras devem acontecer a cada década.

Mofando
Antes do fim do mandato, o então prefeito Edivaldo Júnior determinou a conclusão do Plano Diretor que está no Incid (Instituto da Cidade, Pesquisa e Planejamento Urbano e Rural). Agora, bastaria a Prefeitura de São Luís encaminhar o texto adaptado para a apreciação da Câmara Municipal. Mas, por não atender todas as demandas sociais conforme defendida até 2020 por Braide e agora seus vereadores aliados, a proposta fica mofando no instituto.

Novo membro
Conforme já previsto, o ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB), foi anunciado como novo membro do governo de Flávio Dino (PSB). O tucano vai ser o presidente da Companhia Maranhense de Gás (Gasmar), substituindo o pedetista Deoclides Macedo. Madeira já havia anunciado, há uma semana, que se afastaria do senador Roberto Rocha (sem partido) e seria novo integrante do governo estadual. Ele caminhará no projeto do vice-governador Carlos Brandão (PSDB).

De mala pronta
Ao site Antagonista, o deputado federal André Fufuca (PP) afirmou que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), está 90% certo no Progressista. Vale lembrar que Fufuca é o presidente nacional interino da legenda e confirmou que as conversas entre o presidente e a sigla estão avançadas. “Se Bolsonaro vir, o partido irá 100% com ele”, disse o deputado.

Maranhão Nostrum
O Ministério Público Estadual mostrou produtos da apreensão ocorrida ontem no bojo da Operação Maranhão Nostrum. Foram joias, dinheiro em espécie, cheques, automóveis, relógios, lanchas e até uma arma de fogo. O centro da operação foi o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL). Ele é apontado pelo MP como sócio da empresa Águia Farma Distribuidora de Medicamentos Ltda., que tinha contratos fraudulentos com prefeituras do interior do estado. Previsão de licitações falsas que somam cerca de R$ 160 milhões.

Conotação política
Já no fim da tarde de ontem, o parlamentar do PL emitiu nota à imprensa, por meio de sua assessoria de comunicação. Segundo a nota, Josimar de Maranhãozinho não é sócio da empresa e que a operação “orquestrada” surpreendeu o deputado federal e sua esposa, Detinha, deputada estadual pelo PL. O comunicado de Josimar deixa nas entrelinhas que a Maranhão Nostrum teria conotação política. “Ressaltamos ainda que nenhuma prova foi apresentada, o que aumenta ainda mais a estranheza acerca de tal operação ou mesmo o que realmente buscavam”, diz a nota.

De olho
R$ 159 milhões é o valor dos contratos com licitação de 2014 a 2018 que o Ministério Público diz terem sido fraudados para favorecer empresa de Josimar de Maranhãozinho.

Motivos
A conotação dada por Josimar diz respeito aos movimentos dele em busca de viabilidade para disputar o governo do Maranhão em 2022. Para garantir que entrará na corrida pelo Palácio dos Leões, Maranhãozinho ensaiou críticas ao governo estadual e também ao governador Flávio Dino (PSB). E devido a estas críticas e a dispensa de sentar para conversar com Dino para 2022 é que Josimar insinua perseguição política por meio da operação do MP e da Polícia Civil.

E mais
- Josimar de Maranhãozinho e Detinha dizem que a operação foi pautada por textos de blogs, e contratos que não têm relação com os dois parlamentares.
- Os deputados dizem que foram prefeitos, que suas contas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), e não respondem ações por desvio de recursos públicos ou danos
ao erário.
- Vale lembrar que Josimar de Maranhãozinho foi alvo de operação da Polícia Federal em dezembro do ano passado. Neste caso, o parlamentar é acusado de esquema de desvio de verba vinda de emenda parlamentar.

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