Pandemia

Observatório Covid-19 mostra queda de 42,6% em óbitos no Brasil

De acordo com a Fiocruz, há redução de 27,7% nas internações no período de 12 a 25 de setembro; o grupo de idosos se consolida como mais representativo entre os casos graves e fatais, com 57% das internações e 79% dos óbitos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
O avanço da vacinação no país possibilitou a redução no número de óbitos e internações
O avanço da vacinação no país possibilitou a redução no número de óbitos e internações (Vacinação contra a Covid)

BRASÍLIA - O Boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) referente às semanas epidemiológicas 37 e 38 (de 12 a 25 de setembro) mostra que os avanços na vacinação vêm contribuindo para um cenário positivo. De acordo com a análise, há redução nos números absolutos de óbitos de 42,6% e de internações de 27,7%.

Segundo a Fiocruz, o quadro atual mostra que, uma vez que a população vem sendo beneficiada de forma mais homogênea com a vacinação, o grupo de idosos se consolida como mais representativo entre os casos graves e fatais, com 57% das internações e 79% dos óbitos. “Novamente, pela primeira vez desde o início da vacinação entre adultos, todos os indicadores (internações, internações em UTI e óbitos) passam a ter a média e a mediana acima de 60 anos”, dizem os cientistas.

Para os pesquisadores, apesar da queda dos indicadores, o momento ainda exige cuidado. A análise do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) observa que, mesmo com a redução de incidência nas semanas anteriores, a grande maioria dos estados encontra-se ainda em níveis altos ou muito altos, acima de um caso por 100 mil habitantes. Isso, na avaliação dos pesquisadores, evidencia a necessidade de atenção, com ações de vigilância em saúde para evitar estes casos graves, com sintomas que levam a hospitalização ou a óbito. A incidência da síndrome é um parâmetro de monitoramento da pandemia de covid-19, uma vez que o SARS-CoV-2 é responsável por 96,6% dos casos virais de SRAG registrados desde 2020.

Outro indicador estratégico, a taxa de ocupação de leitos covid-19 adulto mostra que 25 unidades da Federação estão fora da zona de alerta com taxas inferiores a 60%.

Passaporte vacinal

O Boletim também aponta o passaporte de vacinas como importante estratégia para estimular e ampliar a vacinação no Brasil. Ao defender a adoção dessa iniciativa em todo o território nacional, o documento destaca o princípio do ponto de vista da saúde pública de que “a proteção de uns depende da proteção de outros e de que não haverá saúde para alguns se não houver saúde para todos”.

Para os pesquisadores, é importante que sejam elaboradas diretrizes em nível nacional sobre o passaporte de vacinas para evitar a judicialização do tema, criando um cenário de instabilidade e comprometendo os ganhos que vêm sendo obtidos com a ampliação da vacinação. “Reforçamos, portanto, que esta estratégia é central na tentativa de controle de circulação de pessoas não vacinadas em espaços fechados e com maior concentração de pessoas, para reduzir a transmissão da Covid-19, principalmente entre indivíduos que não possuem sintomas”, afirmam.

Pílula da Merck

O molnupiravir, remédio experimental contra a Covid-19 produzido pelo grupo farmacêutico Merck e ministrado por via oral, reduziu em cerca de 50% a chance de hospitalização ou morte para pacientes em risco de desenvolver formas graves da doença, de acordo com resultados preliminares anunciados na sexta-feira (1º).

A Merck (empresa que no Brasil se chama MSD) e sua parceira Ridgeback Biotherapeutics planejam buscar autorização para uso de emergência da pílula nos Estados Unidos o mais rápido possível. Elas também vão submeter pedidos de licença às autoridades regulatórias de outros países.

Devido aos resultados positivos, o teste em fase três do remédio está sendo interrompido antes da data prevista, com base em recomendações de monitores externos. “Isso vai mudar o diálogo sobre como administrar a Covid-19”, disse à Reuters Robert Davis, presidente-executivo da Merck.

Se autorizado, o molnupiravir, que foi projetado para introduzir erros no código genético do vírus, seria a primeira medicação oral contra o coronavírus. A notícia fez com que as ações da Merck abrissem em alta na Bolsa de Nova York.

Rivais como a Pfizer e o grupo farmacêutico suíço Roche Holding estão correndo para desenvolver uma pílula antiviral fácil de ministrar para a Covid-19, mas até agora apenas coquetéis de anticorpos —que precisam ser aplicados de forma intravenosa— foram aprovados para o tratamento de pacientes não hospitalizados de Covid.

Análise preliminar dos 775 pacientes que participaram do estudo da Merck constatou que 14,1% das pessoas que receberam um placebo foram hospitalizadas ou morreram nos 29 dias posteriores ao tratamento. Entre as pessoas que receberam o molnupiravir, 7,3% foram hospitalizadas e nenhuma morreu (contra oito mortes nos pacientes que receberam o placebo).

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.