Covid-19

Capital maranhense seguirá vacinando público adolescente de 12 a 17 anos

Mesmo com decisão do Ministério da Saúde, Prefeitura de São Luís afirma que garantirá segunda dose da Pfizer para os quase 100 mil jovens de 12 a 17 anos

Carla Lima/Editora de Política/ Gilberto Léda/ Editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
Vacinação de adolescente, apesar de ter sido suspensa pelo Ministério da Saúde, vai continuar em São Luís
Vacinação de adolescente, apesar de ter sido suspensa pelo Ministério da Saúde, vai continuar em São Luís (Vacinação Covid-19)

O Ministério da Saúde revisou a recomendação de vacinação de adolescentes contra a covid-19. Em nota técnica publicada na quarta-feira, 15, pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, a pasta passou a recomendar a vacinação apenas para os adolescentes entre 12 e 17 anos que tenham deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade.

O novo posicionamento, no entanto, não afetará a vacinação em São Luís. Na capital maranhense, 100% dos adolescentes dessa faixa etária que se cadastraram na plataforma de vacinação do município já receberam pelo menos a primeira dose do imunizante da Pfizer.

E todos receberão a segunda dose, segundo informou a O Estado o secretário municipal de Saúde, Joel Nunes Júnior. Segundo ele, são quase 100 mil jovens nessa faixa etária.

“Seguindo a recomendação da Comissão Intergestores Bipartite, o Município de São Luís continuará a vacinação dos adolescentes de 12 a 17 anos, inclusive já tendo o número de 98.743 aplicações feitas desde o início da vacinação simplesmente nesse público”, declarou.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou que manterá o cronograma enquanto aguarda mais informações do governo federal. Mas ressalta que a Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta a garantia de aplicação das duas doses para completar o ciclo de vacinação e garantir a imunização completa.

"A Semus ressalta que a Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta a garantia de aplicação das duas doses para completar o ciclo de vacinação e garantir a imunização da população. Neste sentido, a secretaria tem mantido contato com o Ministério da Saúde e outros órgãos, como o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e aguarda maiores esclarecimentos para adotar novas diretrizes na Campanha Municipal de Vacinação”, diz o comunicado.

Conass

O presidente do Conselho Nacional de Secretário de Saúde (Conass) e secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, encaminhou ofício para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exigindo posicionamento sobre se deve continuar ou não a vacinação de adolescentes contra a Covid-19 no país.

A manifestação veio após decisão do Ministério da Saúde de suspender a vacinação de jovens de 12 a 17 anos que não tem comorbidade. O conselho lembra que decisão do Ministério da Saúde vai de encontro à autorização da Anvisa.

No documento do Conass, é pedido “imediato posicionamento da Anvisa sobre a autorização para uso da vacina em adolescentes de 12 a 17 anos”.

O ofício alerta para a necessidade de avançar na vacinação de adolescentes com e sem comorbidades. “A vacinação dos adolescentes cumpre importante papel na estratégia de controle da pandemia no Brasil”, diz o texto.

O Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde também assina o documento.

Ministério diz que adolescentes devem ser os últimos a vacinar

Nota técnica anterior do Ministério da Saúde, também de setembro, recomendava que a imunização dos adolescentes tivesse início justamente no dia 15 de setembro, com a ressalva de que os que não apresentassem comorbidades deveriam ser os últimos a ser vacinados.

O ministério citou, entre outros argumentos para revisar a recomendação, o fato de que os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos e que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomendando a imunização de adolescentes com ou sem comorbidades.

A OMS, entretanto, não chegou a afirmar que a imunização de adolescentes não deveria ser realizada. Em vídeo publicado em junho, a organização disse apenas que, neste momento, a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos não é prioritária.

O ministério também argumentou que a decisão foi tomada devido ao fato de a maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela covid-19 apresentarem evolução benigna da doença.

Outro ponto levantado foi o de que houve uma redução na média móvel de casos e óbitos (queda de 60% no número de casos e queda de mais de 58% no número de óbitos por covid-19 nos últimos 60 dias) com melhora do cenário epidemiológico.

Após a publicação da nota, algumas cidades anunciaram a suspensão da vacinação de adolescentes, entre elas, as prefeituras de Natal (RN) e Salvador (BA). O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, decidiu seguir a recomendação do ministério e também suspendeu a imunização de adolescentes na capital federal.

Atualmente, apenas a vacina da Pfizer/Biontech tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso em adolescentes a partir de 12 anos.

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