O intervalo entre a aplicação em pessoas a partir dos 70 anos de idade da segunda e terceira dose da vacina a Covid-19, conforme apontado pelo Ministério da Saúde (MS) de seis meses restringe o recebimento da vacina extra a este público na capital. A medida, considerada mais do que necessária por alguns infectologistas, tornou o ritmo da imunização da terceira dose mais lento neste início.

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), apenas 240 pessoas receberam até o momento a terceira dose na capital, considerando idosos e os imunossuprimidos (cujo intervalo entre o recebimento da terceira dose, considerando a segunda dose, é de 28 dias).

A aplicação da terceira dose em São Luís começou na quinta-feira, dia 26. Na ocasião, de acordo com o Município, 142 idosos em instituições de longa permanência foram protegidos. A vacinação a este público prosseguiu na sexta-feira, dia 27, e no sábado, 28, com o recebimento de doses por pessoas com 90 anos de idade ou mais.

Ontem, os idosos de 86 a 89 anos receberam a terceira dose. Até o fechamento desta edição, a Prefeitura de São Luís não havia informado o saldo do dia de vacinados.

A autorização para o recebimento da terceira dose na capital foi dada pelo prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), com base na orientação do MS. A concessão foi dada em contraponto ao que orientava a Secretaria Estadual de Saúde que, por sua vez, informou a O Estado no dia 25 que a ideia era seguir com a data estipulada pelo MS, ou seja, de aplicação no dia 15 do próximo mês.

No entanto, algumas cidades, por considerarem avançados os ritmos de aplicação de segunda e principalmente de primeira dose, decidiram antecipar o prazo. Além de São Luís, outras cidades como Niterói (RJ) e Campo Grande (MS) também começaram as aplicações de terceira dose antes da data do MS.

Números

Até o momento, de acordo com dados da Prefeitura, 784.009 pessoas receberam pelo menos uma dose de vacina na capital. Deste total, 359.898 estão imunizadas em duas doses, o que é considerado em tese e para alguns casos pelo MS como imunização plena.

O efeito do aumento na cobertura vacinal se reflete na queda de ocupação de leitos específicos na rede pública. Na segunda-feira, dia 30, o percentual de leitos de UTI com pacientes era inferior à 50%.

Por enquanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não chancelou a decisão do MS de autorizar a terceira dose. Em nota encaminhada a O Estado, o órgão disse que “a segurança e a eficácia de esquemas vacinais com vacinas diferentes ainda não foram decididas por autoridades regulatórias de referência”.

Segundo a Agência, outras entidades recomendam – no momento – que as doses sejam complementadas com as mesmas vacinas. Ou seja, para a Anvisa, quem tomou por exemplo as duas primeiras doses com a AstraZeneca, deveria tomar uma eventual terceira dose com o mesmo imunizante. O mesmo raciocínio valeria para outras vacinas.

Apesar da orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que orienta os países considerados desenvolvidos e mais avançados na vacinação a doarem imunizantes a territórios que, porventura, estejam atrasados na aplicação das doses, Israel por exemplo decidiu aplicar a terceira dose em sua população.

Mais

Dados

Ainda de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), 53.394 idosos com 70 anos de idade ou mais estão aptos a tomar a terceira dose da vacina contra a Covid-19. O entendimento é com base na autorização concedida pelo Ministério da Saúde (MS).

Na capital, pessoas que tomaram qualquer imunizante (CoronaVac, AstraZeneca ou Pfizer) devem tomar a terceira dose, caso se enquadrem na faixa etária citada. Além dos idosos que se dirigem aos pontos de imunização, pessoas acamadas com mais de 70 anos também serão imunizadas.

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