Os 40 anos de publicação de Cultura e Educação (RÊGO, Luiz de Moraes. São Luís: SIOGE,1981) não fizeram este precioso trabalho perder sua vitalidade e importância cultural!
Esta obra memorialista do acadêmico Luiz Rêgo (intelectual polígrafo) nos permite conhecer tanta coisa interessante e instrutiva, a exemplo da criação da Faculdade de Filosofia (eu estudei aí), da SOMACS, da UFMA, do IHGM, da UEMA, do Círculo Linguístico de São Luís, do Rotary (20 de março de 1931); da história do Palácio dos Leões, da atuação da II Semana da Literatura Brasileira em São Luís etc.
Revela-se Cultura e Educação um calidoscópio cultural, num país cujas instituições perdem grande parte de sua(s) memória(s), inclusive pelo fogaréu, valioso para nós, maranhenses.
A literatura memorialista é uma preciosidade e é internacional, hajam vista, por exemplo, Baú de Ossos, de Pedro Nava; Les Lettres de Mon Moulin, de Alphonse Daudet; Crônicas (in Folha de São Paulo) de José Sarney; Mémoires d´Autre Tombe, de Renan de Chateaubriand e outros mais
Personalidade multifacetada, o polígrafo Luiz Rêgo nos faz saber que ¨ luz e gás só em 1863 foram instalados no Palácio dos Leões; que o Rotary São Luís foi lançado em 1931, tendo como secretário Filogônio Lisboa – a data precisa: 20 de maio ¨; que tivemos o Colégio Padre Chaves, o Colégio Maria Auxiliadora, o Colégio Oscar Barros, o Colégio Arimatéa Cysne ( que dizem ter sido operoso à sua época ); o Colégio Minerva, a Escola Normal Primária da Mestra Rosa Castro … provas inequívocas do esforço de devotados mestres à causa da Educação entre nós.
Interessante o que ele afirma: ¨ O MEC fez vir a nossa Capital Josué Montello, membro do Conselho Federal de Cultura para o preparo do documento de instituição da Fundação Universidade do Maranhão[...]os trabalhos, em noite memorável, penetraram até a madrugada, presentes o governador José Sarney, o Padre Ribamar Carvalho, o Prof. Pedro Neiva de Santana, o Prof. Fernando Perdigão[...] ¨.
Surpreende-me referir ele sobre o Círculo Linguístico de São Luís. Já tivemos um tal !? Diz ele: ¨ O ciclo de conferências foi iniciado pelo professor visitante, Dr. em Letras, Francisco Gomes de Matos, da PUC, São Paulo, e do Centro de Linguística Aplicada, São Paulo ¨ (p.49)
Há pessoas no trabalho do memorialista Luiz Rêgo que conheci a distância, sendo eu um pré-adolescente --- Paulo Ramos, Dom Delgado, Inah Rêgo, Newton Bello, Arnaldo Ferreira, Clodoaldo Cardoso, Acyr Marques, Franklin de Oliveira (lembro-me da musiquinha de sua candidatura...eis aí um nome nacional...)---todos altamente envolvidos com a cultura maranhense e nacional.
Admiro o discurso acadêmico do polígrafo Luiz Rêgo, interludiando a coesão e a coerência, as funções anagógicas e simbólicas, embora ele não militasse na Semiótica e no Sistema Narratológico próprios de um semioticista.
Ao ensejo dos 40 anos de edição de Cultura e Educação faço um apelo ao ex-colega na (antiga e estimada) Faculdade de Filosofia, o atual presidente da Academia Maranhense de Letras, Carlos Gaspar, no sentido de que possibilite a reedição de tão precioso monumento memorialista.
Cumpre-me lembrar, por fim, amigo Carlos Gaspar, que o polígrafo Luiz Rêgo foi nosso professor, na UFMA, na disciplina Administração Escolar.
* Professor universitário
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