Caso Heloar

DPCA encaminha inquérito da morte de Heloar, de 6 anos, ao Judiciário

Pai da vítima e a madrasta foram indiciados por tortura qualificada por morte e podem ter pena de 8 a 16 anos de prisão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h15
(presos )

São Luís - A equipe da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) encaminhou ontem o inquérito da morte de Helleyne Heloar, de 6 anos ao Poder Judiciário e indiciou o pai da criança, Erivaldo Campelo Marinho; e a madrasta, Patrícia Almeida da Silva, por tortura qualificada por morte. Este crime tem pena de 8 a 16 anos de prisão.

A delegada titular da DPCA, Kelly Kioca, declarou em entrevista à Rádio Mirante AM que o inquérito da morte da criança já foi concluído e encaminhado para a Justiça. Erivaldo Campelo e Patrícia Almeida foram indiciados pelo crime de tortura qualificada por morte e devem continuar custodiados no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. “Várias testemunhas disseram na delegacia que a criança era agredida fisicamente pelo pai dela e a madrasta”, frisou Kelly Kioca.

Ela também informou que a criança vinha sofrendo as agressões há mais de trinta dias e na maioria do tempo ficava sentada em um sofá sem poder brincar com os filhos da Patrícia Almeida. O resultado dos exames periciais constatou que a vítima morreu de um trauma na cabeça, mas não foi provocado em razão de uma queda e também comprovado vários sinais de tortura, principalmente, nos braços, pernas, abdômen e no ouvido. “Algumas unhas das mãos da criança tinham sido arrancadas”, contou a delegada.

Kelly Kioca informou que Erivaldo Campelo estava com a filha sem o consentimento da mãe dela. “Ele pegou a filha em um bar e disse que após um curso a entregaria para a ex-companheira. A criança não teve mais contato com a mãe e nem por meio de ligação telefônica”, disse a delegada.

Morte da criança
Erivaldo Campelo e Patrícia Almeida foram presos na Vila Vitória, no último dia 1º, e conduzidos para Casa da Mulher Brasileira, no bairro do Jaracati. A polícia informou que Patrícia contou na delegacia que a enteada estava brincando com outras duas crianças em uma rede e caiu. Logo após, a vítima foi colocada em uma janela e mais uma vez caiu de uma altura de dois metros. A criança ficou desacordada e, em seguida, levada ao Socorrão II, localizado na área da Cidade Operária.

No hospital, a equipe de saúde constatou vários sinais de violência pelo corpo da criança. Havia marcas de queimaduras nos pés e em outras partes do corpo, além de lesões na face e no abdômen, ocasionadas por objetos contundentes.

Em razão da gravidade dos ferimentos, a vítima foi transferida para o Socorrão I, no Centro, onde foi confirmada sua morte encefálica. Patrícia também disse para a polícia que a mãe da criança é usuária de drogas, enquanto Erivaldo Campelo afirmou que não presenciou a queda da filha da rede e alegou que a companheira não gostava da criança por parecer com a ex-companheira.

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