Crime financeiro

BC reteve 478 cédulas falsificadas no Maranhão entre 2019 e 2020

Notas mais visadas pelos golpistas são as de R$ 100 e de R$ 50, da segunda família do Real; apreensão ocorrida ano passado levou a PF a investigar organização criminosa

Daniel Matos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Cédulas de R$ 100 e de R$ 50, da segunda família, são os principais alvos dos falsificadores
Cédulas de R$ 100 e de R$ 50, da segunda família, são os principais alvos dos falsificadores (falsificação)

São Luís - O Banco Central do Brasil reteve 478 cédulas de Real falsificadas no Maranhão, entre 2019 e 2020. As notas que mais estão na mira dos falsificadores são as de R$ 100 e R$ 50, da segunda família, em circulação desde dezembro 2010. A última grande apreensão de moeda falsa registrada no estado, o 16º em número de ocorrências dessa natureza no país, ocorreu em abril do ano passado, no município de Porto Franco, e levou a Polícia Federal a investigar indícios da atuação de uma organização criminosa especializada em falsificação de moeda na Região Metropolitana.

Segundo estatística do Departamento do Meio Circulante do BC, a cédula de dinheiro falso mais retida pelo BC no Maranhão em 2020 foi a de R$ 100, da segunda família. Foram identificadas nada menos do que 211 notas não autênticas desse valor ano passado no estado. Em segundo lugar vem a cédula de R$ 50, também da segunda família, com 169 retenções. A terceira cédula mais falsificada foi a de R$ 20, da segunda família, assim como as outras. A cédula de R$ 10, também pertencente à segunda família, foi outra que registrou número significativo de falsificações em 2020: 21.

Na estatística do BC constam, ainda, falsificações, mas com menor frequência, de notas de R$ 5 da segunda família (8); de R$ 50 da primeira família (3); de R$ 10 da primeira família e R$ 2 da segunda família (duas cédulas não autênticas cada uma) e de R$ 5 da segunda família e R$ 100 da primeira família (com uma falsificação cada uma). As notas de R$ 2 da primeira família e a de R$ 10 de plástico não foram alvos de falsários, de acordo com os dados da instituição financeira.

Flagrante

Em 2 de abril de 2020, a Polícia Federal prendeu em flagrante um homem investigado por suspeita de distribuir moedas falsas no município de Porto Franco, no sul do Maranhão, distante 722,7. De acordo com o que apurou a PF, ele teria como objetivo distribuir as cédulas não autênticas no comércio local.

Na época, a equipe de policiais federais realizando diversas diligências na cidade para investigar indícios da atuação de organização criminosa especializada em falsificação e circulação de dinheiro falso na Região Tocantina.

O suspeito preso foi indiciado pelo crime de moeda falsa, previsto no artigo 289, § 1º, do Código Penal, cuja pena prevista é de até 12 anos de reclusão. De acordo com a PF, a relevância de trabalhos dessa natureza evita a circulação de cédulas falsas no mercado da região e possibilita a identificação de falsificadores e/ou financiadores da organização criminosa, evitando, assim, outros crimes correlatos.

Elementos de segurança

- Nas cédulas da segunda família do real, verifique a Marca-d'Água, o Número Escondido, a Faixa Holográfica (nas notas de 50 e 100 reais) e o Número que Muda de Cor (nas notas de 10 e 20 reais). Sinta também o Alto-Relevo.

- Nas notas da primeira família verifique a Marca-d'Água, a Imagem Latente e o Registro Coincidente. Verifique também o Relevo..

Crime

A falsificação é crime previsto pelo artigo 289 do Código Penal, com pena prevista de 3 a 12 anos de prisão. Quem tentar colocar uma cédula falsa em circulação depois de tomar conhecimento de sua falsidade, mesmo que a tenha recebido de boa fé, pode ser condenado a uma pena de 6 meses a 2 anos de detenção.

Como proceder no caso de receber uma cédula suspeita:

a) de um terminal de auto-atendimento ou caixa eletrônico:

Dentro de uma agência bancária e durante o expediente - encaminhar-se ao gerente da agência para pedir providências de pronta substituição. Se não obtiver solução satisfatória com o gerente do banco, o cidadão pode procurar uma delegacia policial mais próxima para registrar uma possível ocorrência ou fora de uma agência ou do horário do expediente bancário - na primeira oportunidade, dirigir-se ao gerente de sua agência bancária para pedir providências de pronta substituição. Se não obtiver solução satisfatória com o gerente do banco, o cidadão pode procurar uma delegacia policial mais próxima para registrar uma possível ocorrência.

b) numa transação do dia a dia:

Se você desconfiar da autenticidade de uma nota após observar os elementos de segurança ou comparar com outra cédula legítima, você pode recusá-la. É importante sempre recomendar ao dono do exemplar suspeito que procure uma agência bancária para encaminhamento da nota para ser analisada pelo Banco Central.

O real tem duas famílias de notas, ambas igualmente válidas. A segunda família foi criada para agregar elementos gráficos e elementos antifalsificação mais modernos.

O BC vem recolhendo as notas da primeira família conforme sofrem desgaste e, assim, gradativamente, as notas da segunda família se tornam predominantes.

As cédulas são caracterizadas por exibir a efígie da República de um lado e animais da fauna nacional de outro.

A primeira família do real foi lançada em 1994, ao substituir o cruzeiro real. A segunda família, lançada em 2010, representa a evolução do real.

Além da segurança, as novas notas são mais acessíveis aos portadores de deficiência visual: no canto de cada uma há uma marca tátil diferente.

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