Editorial

Sem festa junina presencial

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16

Pelo segundo ano consecutivo, São João não será reverenciado hoje, 24, por conta da pandemia da Covid-19. O tradicional festejo junino está ausente dos arraiais, que em anos passados reunia milhares de pessoas em um clima de alegria contagiante sob a animação de matracas, pandeirões e o bailado dos bumba-bois do sotaque de orquestra. Junho, que é sinônimo de festa, está sem brilho, mais uma vez.


Com a vacinação da população, há chances de que o São João, uma das principais manifestações da cultura popular maranhense, volte a ser realizado com aglomerações no próximo ano. Os grupos juninos estão na expectativa de um festejo forte em 2022 para alegrar multidões - a exemplo da grande concentração de público que tradicionalmente acontece em comemoração a São Pedro, na Madre Deus, e a São Marçal, no João Paulo.

Sem os festejos juninos, as atenções continuam voltadas para a vacinação que acontece no país e São Luís já concluiu o ciclo previsto no Plano Nacional de Imunização (PNI), por faixa etária, vacinando pessoas até os 18 anos de idade. Agora, a vacinação segue com a segunda dose e a Prefeitura aguarda imunizantes para aplicação nos retardatários. Enquanto isso, em algumas capitais a vacinação continua lenta, ainda na faixa de idosos, e em outras está faltando vacina. Levantamento feito pelo Paraná Pesquisa mostrou que 9,3% dos brasileiros consideram baixa a velocidade da vacinação no país, enquanto 12,2% acham que está rápida.

Está mais que comprovado que o presidente Jair Bolsonaro abriu os cofres do governo para a compra da vacina indiana Covaxin, favorecendo uma empresa brasileira. Antes, ele reclamou do preço da Coronavac, levantou suspeitas sobre interesses estrangeiros na imunização, desdenhou do número de doses prometidas pela Pfizer e usou a Anvisa como pretexto para a própria omissão naquelas negociações.

Sem sombra de dúvidas, Bolsonaro adotou essas desculpas para se proteger das acusações de que rejeitou a vacina e apostou na contaminação em massa dos brasileiros. A negociação a a jato do contrato de R$ 1,6 bilhão para a compra da Covaxin, desmonta sua linha de defesa. O governo pagou mais pela vacina do laboratório indiano Bharat Biotech do que por qualquer outro imunizante. Em novembro, Bolsonaro criava obstáculos para a compra da Coronavac ao dizer que não pagaria qualquer preço por ela. A dose da vacina chinesa custou ao país R$ 58, enquanto a Covaxin saiu por R$ 80.

Em dezembro do ano passado, o presidente disse que a vacina da Pfizer poderia transformar uma pessoa em “jacaré”. A Coronavac também foi alvo de críticas. No dia 16 de junho, Bolsonaro mentiu ao dizer que a vacina fabricada pelo Instituto Butantan não tem comprovação científica.

E já que ainda estamos em plena pandemia da Covid-19 surge mais uma preocupação: a variante Delta do coronavírus, detectada pela primeira vez na Índia, pode se tornar dominante nos Estados Unidos. Pesquisadores dizem que ela pode causar um "ressurgimento" da Covid-19 no país ainda neste ano, a depender da velocidade da campanha de vacinação. Por este motivo, a cepa, que já pode ser responsável por uma em cada cinco infecções nos EUA, é vista com preocupação pela Casa Branca. Para a diretoria dos Centros de Controle de Doenças (CDC) do país, Rochelle Walensky, a Delta se tornará "a variante predominante nos próximos meses". Outros especialistas alertam para o risco de isto acontecer em semana.

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