SEDIHPOP diz acompanhar caso de jovem morto em Presidente Dutra
Família da vítima afirma que Hamilton Cesar Lima Bandeira, de 23 anos, tinha deficiência mental; esse é o segundo caso envolvendo a morte de pessoas com transtornos psicológicos em junho no MA
São Luís - A Secretaria de Estado de Direitos Humanos (SEDIHPOP), através do secretário, Francisco Gonçalves, afirmou que está acompanhando o caso do jovem que foi baleado por policiais militares no povoado de Calumbi, em Presidente Dutra.
O Governo do Estado do Maranhão, através da Sedihpop e da Polícia Civil, já se manifestou sobre o caso. Novas informações serão divulgadas, de acordo com a apuração das denúncias, que está sendo acompanhada pela Sedihpop. https://t.co/jSuhqbumvA
— Chico Gonçalves (@xicogoncalves) June 22, 2021
O caso
O caso aconteceu na última sexta-feira, 18. Policias foram acionados, após o jovem identificado como Hamilton Cesar Lima Bandeira, de 23 anos, ter feito apologia ao assassino Lázaro Barbosa – que está sendo procurado há mais de 13 dias em Goiás.
Segundo a versão da Polícia, os agentes foram ameaçados pelo jovem com uma faca e por isso dispararam, já a família do rapaz, alega que Hamilton tinha deficiência mental e não utilizou o instrumento para ameaçar os policias. Quem confirma a versão é o avô de Hamilton, que presenciou toda a cena.
Inquérito e policias afastados
Além de um inquérito da Polícia Civil que já teve início, os agentes que participaram da ação, foram afastados de suas atividades. O Ministério Público do Maranhão (MPMA) e a SEDIHPOP estão acompanhando o caso.
“O Governo do Estado do Maranhão, através da Sedihpop e da Polícia Civil, já se manifestou sobre o caso. Novas informações serão divulgadas, de acordo com a apuração das denúncias, que está sendo acompanhada pela Sedihpop”, afirmou Francisco Gonçalves, em tweet publicado ontem.
Transtornos psicológicos e despreparo policial
O Estado conversou com o coordenador do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD) do Maranhão, Marcelo Costa, para entender mais sobre o assunto.
Segundo ele, o primeiro ponto a se levar em consideração sobre assuntos envolvendo despreparo policial e pessoas com transtornos psicológicos, é se a pessoa em questão, realmente, possui um transtorno.
“É importante que antes de uma chamada policial, uma interrogação, se esse caso, é um caso de pessoa que tem propensão a cometer atos criminosos ou se é uma pessoa que sofre de problemas mentais”, destacou.
Ainda de acordo com Marcelo, algumas doenças alteram o fluxo do pensamento e causam alucinações e/ou delírios, que em certas situações, por causa de uma ação impensada ou de violência contra essa pessoa, a resposta, na maioria das vezes, é de agressão ou violência.
“Então, é importante que essas ações, quando envolverem pessoas que fazem tratamento, seja por depressão, esquizofrenia […]. Por isso, é necessário que serviços como o SAMU, com equipes especializadas em saúde mental, possam fazer uma ação voltada para a questão da saúde das pessoas, porque muitos agentes não têm essa capacidade de discernir se a pessoa possui um transtorno ou se é uma pessoa que quer cometer um ato criminoso”, frisou.
SAIBA MAIS
Caso de Porto Franco
O caso de Presidente Dutra, lembra em certo aspecto a morte do jovem Luis Carlos Almeida de 19 anos, em Porto Franco, no dia 4 de junho deste ano.
O rapaz que foi encontrado morto em um rio, após caminhar sem roupas pela cidade, tinha depressão, segundo a família.
Os familiares de Luis alegaram negligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) – que chegou a acompanhar a caminhada da vítima por um trecho da cidade e não conseguiu o impedir.
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