Saúde

Junho Preto alerta e conscientiza sobre o melanoma

Médica orienta sobre a importância de ficar atento aos sinais do corpo; estimativa é de mais de 90 mil novos casos de câncer de pele em 2020

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
(médica Ana Caroline Fonseca Alves)

São Luís - Para chamar atenção da sociedade e fazer um alerta para a importância do diagnóstico precoce do melanoma – um tipo de câncer de pele que se origina nos melanócitos – foi instituído o Junho Preto como mês de conscientização sobre a doença. Embora o câncer de pele seja de maior frequência no Brasil, felizmente, o melanoma corresponde a apenas 3% desses tumores, mas é o mais agressivo de todos e com alta taxa de mortalidade. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) em 2020 a estimativa era de mais de 90 mil novos casos de câncer de pele somente em 2020.

De acordo com a médica oncologista clínica, Ana Caroline Fonseca Alves, do corpo clínico da Rede Oncoradium, o melanoma pode se desenvolver em qualquer parte do corpo, na pele, nas mucosas, nos olhos, sob as unhas. E manifesta-se como manchas, pintas, sinais ou nódulos. “É um câncer grave e agressivo, com muita facilidade em se espalhar para outros órgãos, processo chamado de metástase”, reforça.

Exposição solar prologada e repetida durante a vida, principalmente na infância e na adolescência, a exposição a câmaras de bronzeamento artificial, as queimaduras severas; possuir mais de 50 nevos (sinais ou pintas) comuns ou um nevo atípico; apresentar história familiar ou pessoal de melanoma; ter pele e olhos claros, cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino estão entre os principais fatores de risco desse tipo de doença. “É importante destacar que, embora o melanoma seja mais frequente em adultos brancos, as pessoas de pele negra também podem apresentar a doença”, acrescenta Ana Caroline.

Uma das formas de prevenir esse tipo de câncer, segundo a médica, é evitar a exposição ao sol no horário entre 10h e 16h, quando os raios solares são mais intensos. Caso haja exposição, mesmo em outros períodos do dia, sempre preferir sombras, usar proteção adequada, como roupas e óculos escuros com proteção UV, bonés ou chapéus. E é essencial a aplicação de protetor solar com fator de proteção (FPS) 30 ou maior, reforçando-o a cada duas horas ou após se molhar ou suar.

Quando constatado em sua fase inicial, as chances de cura, segundo Ana Caroline podem chegar até a 90%. Por isso, é fundamental o diagnóstico precoce para possibilitar melhores resultados no tratamento. Para isso, é importante ficar alerta aos sinais do corpo. Caso ocorra o surgimento de pinta escura, com bordas irregulares ou caso haja mudanças em uma pinta já existente, como modificação do tamanho, cor, forma e bordas, é importante uma investigação imediata. Embora essas alterações possam não se tratar de câncer na maior parte das vezes, elas precisam ser analisadas.

De acordo com a médica, o diagnóstico é feito através do exame clínico e dermatoscopia, em que se usa um aparelho que permite visualizar melhor as camadas da pele. “Em alguns casos, é necessária uma biópsia, que é a remoção cirúrgica da lesão para a avaliação anatomopatológica. Esse exame fornece o diagnóstico de melanoma e outras características importantes desse tumor”, explica Ana Caroline.

Após diagnosticado, a médica pontua que o tratamento do melanoma depende do estágio do câncer, do estado de saúde do paciente e de algumas características do tumor. Para a doença inicial, a cirurgia é o tratamento mais indicado, podendo ser associado a outras terapias. Para os casos em que a doença já se espalhou, há possibilidade de melhor sobrevida em virtude do uso de terapias mais modernas e eficazes. “Estas foram desenvolvidas por meio dos avanços na compreensão das mutações genéticas do melanoma e do entendimento de como o sistema imunológico pode ajudar a combater o câncer. São as chamadas terapia alvo e imunoterapia”, acrescenta.

Doença é subestimada

Ana Caroline afirma que a doença ainda é bastante subestimada pela população, reduzindo as chances de cura de muitas pessoas acometidas pelo melanoma. Para ela, a prevenção e a detecção precoce são estratégias fundamentais no combate ao melanoma. No entanto, dados do Datafolha mostram que 78% da população brasileira ainda desconhece a doença, o que dificulta essas medidas.

Além disso, as pessoas subestimam o dano que os raios solares podem trazer à pele, além de minimizar a doença. Muitas acham que os tumores de pele são inofensivos ou nem são cânceres. “Mas é importante frisar que existem vários tipos de lesões, com diferentes evoluções. E o principal é que todas têm tratamento e quanto mais precocemente identificadas, maior a chance de cura e menos agressivo é o tratamento”, conclui.

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