Eleições 2022

Flávio Dino e secretários começam a se mobilizar por troca de partidos

Governador foi recebido na última quarta-feira pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que o tratou como um "excelente quadro"; PCdoB está ameaçado pela cláusula de barreira

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
(Flávio Dino e Carlos Siqueira)

SÃO LUÍS - O governador Flávio Dino e auxiliares de primeiro escalão na estrutura do Executivo Estadual, já começam a se movimentar por troca de partidos para a disputa das eleições 2022. O PCdoB, partido de Flávio, está entre os seis ameaçados pela chamada cláusula de barreira.

A sigla corre o risco de ser “esvaziada” no Maranhão, com a saída de Dino e de outras lideranças que ainda exercem mandatos pela legenda.

Na última quarta-feira, por exemplo, Dino se reuniu com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. Ele tem sido cogitado no partido desde 2017, quando o tema cláusula de barreira ganhou força em Brasília.

Pelas regras – aprovadas em 2017 -, a legenda que não alcançar 2% dos votos para deputado federal nas próximas eleições vai perder o direito de verba do fundo partidário e o tempo de propaganda no rádio na TV. No pleito de 2018 o PCdoB foi um dos partidos que já não conseguiram alcançar a exigência mínima. Daí a movimentação de Dino.

“Estive hoje na sede nacional do PSB. Boa conversa com o presidente Carlos Siqueira sobre a conjuntura brasileira e os desafios políticos de 2021”, afirmou o governador, após encontro com o presidente nacional do PSB.

Carlos Siqueira, por sua vez, praticamente assegurou a filiação de Dino na legenda. Ele tratou o chefe do Executivo no Maranhão de “excelente quadro”.

“Conversa boa e produtiva com o governador do Maranhão, Flávio Dino, na sede nacional do PSB. Excelente quadro para um debate político de alto nível”, escreveu em seu perfil em rede social.

Convites

Nos bastidores, a informação é de que Flávio Dino também trabalha para levar alguns aliados para a legenda e garantir uma votação expressiva para a Assembleia Legislativa, Câmara e Senado Federal.

O secretário de Estado da Segurança Pública, Jefferson Portela, hoje no PCdoB, foi um dos nomes convidados por Dino para ingressarem no PSB. O deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos), também.

O secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, também pode ingressar no PSB. Ele se desfiliou do DEM nesta semana. O PT, contudo, também aparece como um possível destino para a disputa das eleições de 2022.

Outro secretário de Estado já convidado para integrar os quadros do PSB, foi o titular da Saúde, Carlos Lula. No início da semana ele posou para foto ao lado do deputado federal Bira do Pindaré, que revelou ter formalizado o convite ao aliado.

Membro do PCdoB, o secretário de Estado de Articulação Política, Rubens Pereira Júnior, pode migrar para o PSB. Ele ainda estuda qual o caminho mais viável para dar continuidade à sua carreira política.

Saiba Mais

O governador Flávio Dino age com cautela e aguarda a definição em relação à proposta nacional de fusão do PCdoB e o PSB ou a aprovação de uma Proposta de Emeda à Constituição (PEC) em tramitação na Câmara Federal, que cria as federações partidárias. Trata-se de um mecanismo que permite aos partidos atingidos pela cláusula de barreira a possibilidade de formarem federações com outras siglas para atuarem conjuntamente no Parlamento, mas sem perder as suas colorações programáticas. Caso nenhuma das propostas avancem, ele pode apenas deixar o atual partido e migrar para o PSB.

Weverton e Brandão atentos ao cenário

O senador Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), virtuais adversários na disputa pela sucessão do governador Flávio Dino (PCdoB), estão atentos ao cenário e acompanham a movimentação dos partidos.

Weverton trabalha para consolidar uma base forte, com a maior fatia dos 16 partidos que integram o grupo do governador Flávio Dino.

Dentre as legendas que devem seguir com Wverton estão o PDT, DEM, PSB, PSL, Cidadania o PRB.

Já com Carlos Brandão, a tendência é de que as legendas PCdoB e o PSDB deem fortalecimento ao seu nome.

Há, contudo, um impasse em torno do PSB, hoje alinhado a Weverton. Caso a legenda siga sob a atual direção, é provável que permaneça mesmo com o pedetista. Se Flávio Dino desembarcar na sigla, a tendência natural é de que o partido integre a base de apoio de Carlos Brandão.

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