A senadora Eliziane Gama (Cidadania) defendeu em entrevista ao programa Ponto Final, da rádio Mirante AM, uma terceira via para a disputa da Presidência da República em 2022. Para Gama, tanto o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não representam as melhores opções para o desenvolvimento do país.

O posicionamento da parlamentar chama a atenção pelo fato de ela pertencer ao grupo político do governador Flávio Dino (PCdoB), que trabalha pelo fortalecimento político de Lula para o pleito do próximo ano. Eliziane deixou claro que seguirá caminho distinto em 2022.

Para Eliziane Gama, que teve o apoio do Partido dos Trabalhadores (PT) em 2018, o protagonismo de Bolsonaro e Lula só interessa aos dois. Ela afirmou que é necessário que um terceiro nome se consolide no atual cenário e leve a disputa para o segundo turno.

“O processo democrático brasileiro exige, na verdade, uma outra candidatura, que tenha um nível de competitividade. Outra coisa, toda pesquisa que nós acompanhamos você tem de 40% a perto de 50% de universo da população brasileira que não quer nem Lula e nem o Bolsonaro. É muito fundamental neste momento do Brasil, nós termos de fato um outro nome que possa dar uma oportunidade para o brasileiro, porque esse antagonismo entre Lula e Bolsonaro só ajuda eles dois, não ajuda o Brasil. Para o Lula, o melhor adversário é o Bolsonaro, para o Bolsonaro o melhor adversário é o Lula”, destacou.

A senadora listou alguns nomes com potencial para a construção de uma terceira via nacional, dentre eles, o ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. O ex-magistrado sofreu uma derrota recente no Superior Tribunal Federal (STF) que apontou parcialidade no julgamento de ações da Lava Jato, e tem sido duramente criticado por partidos de esquerda - todos alinhados ao campo de atuação de Eliziane - pela prisão do ex-presidente Lula.

“Então quem é que quer um terceiro nome? É a população brasileira? É mais de 40% da população brasileira que quer uma outra alternativa e a gente precisa apresentar. Tem vários nomes aí na sociedade brasileira que estão postos. Tem o nome do Mandetta [ex-ministro da Saúde], que foi citado, o nome do Dória [governador de São Paulo], do Moro. Tem vários nomes e tem um nome agora que eu percebo que começa a ter uma proeminência nacional agora que é o nome do Rodrigo Pacheco que é o atual presidente do Senado, que é um jovem, uma pessoa extremamente independente”, pontuou.

Gama deu ênfase a Rodrigo Pacheco, que tem conseguido administrar, no Senado Federal, a crise institucional com os demais Poderes.

“Acho que o nome do Rodrigo vai se destacar bastante e poderá no meu entendimento ser sim um nome competitivo, que possa aglutinar esse sentimento de uma terceira via, dar um resultado, ir para o segundo turno e ganhar a eleição. Porque quem for, seja com Lula ou seja com Bolsonaro para o segundo turno, eu acredito que ganha a eleição” , finalizou.

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