Diálogo

Líderes divergem sobre movimento de diálogo entre Dino e Braide

Márcio Jerry diz que iniciativa deve ser do prefeito; Joaquim Haickel afirma que governador deve, primeiro, parabenizar Braide por vitória em 2020

Gilberto Léda/ Da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Flávio Dino e Eduardo Braide falaram - por meio de seus auxiliares - sobre parcerias entre governo e Prefeitura
Flávio Dino e Eduardo Braide falaram - por meio de seus auxiliares - sobre parcerias entre governo e Prefeitura (Braide)

O movimento de aproximação entre o governador Flávio Dino (PCdoB) e o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (Podemos) - defendido na Câmara Municipal na segunda-feira, 3, pelo vereador Paulo Victor (PCdoB) - movimentou o cenário político de São Luís ontem.

Além do parlamentar comunista, já havia tratado do tema, no fim de semana, em entrevista a uma rádio local, o secretário de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano, deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) - um dos principais conselheiros e articuladores políticos do governo Dino.

Ele garantiu que haverá "toda a reciprocidade" do governador assim que este for procurado pelo gestor municipal.

“Nós temos aguardado a manifestação do prefeito, ele ainda não fez nenhuma manifestação acerca disso. Tenho certeza que assim que o fizer, terá toda a reciprocidade do governador Flávio Dino. Agora, é uma iniciativa que, certamente, deve partir do prefeito, em torno de uma pauta para a cidade. Afinal, ele é o gestor municipal e tem a responsabilidade de cuidar da cidade e, portanto, buscar parcerias”, disse Jerry.

Redes sociais

Nas redes sociais, o secretário de Comunicação da Prefeitura de São Luís, Joaquim Haickel, comentou as declarações dos dois aliados do governador Flávio Dino sugerindo a possibilidade de uma aproximação.

Ex-deputado e ambientado às articulações políticas, o atual titular da Secom municipal disse ter ouvido “com muito bons ouvidos a fala do secretário Marcio Jerry sobre a desejada aproximação" de Flávio Dino e Eduardo Braide.

Ele ponderou, contudo, que o primeiro passo não deve ser dado pelo prefeito, mas pelo comunista, que ainda sequer cumprimentou o gestor municipal por sua eleição em 2020.

“Penso que o primeiro passo deva ser dado pelo governador, pois além de posição privilegiada no cenário político e administrativo, ainda deve um cumprimento ao prefeito pela eleição!”, destacou.

Discurso

O debate sobre o tema ganhou corpo após o vereador Paulo Victor mencionar a possibilidade de aproximação num discurso na volta das sessões presenciais na Câmara de São Luís.

Em seu pronunciamento, o parlamentar governista disse que – em nome do governador do Estado – as “portas” do Palácio dos Leões estão abertas para o diálogo com o prefeito da capital. Segundo Paulo Victor, a mensagem foi encaminhada pelo próprio Dino.

Pano de fundo pode ser as eleições de 2022

Para além da possibilidade de início de conversas por parcerias em São Luís, os movimentos relacionados a uma ainda incipiente aproximação podem ter as eleições de 2022 como pano de fundo.

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide, não tem muita proximidade com o governador Flávio Dino.

O mesmo, contudo, não se pode dizer do vice-governador, Carlos Brandão (PSDB).

Ambos têm em comum, por exemplo, uma forte amizade com o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSDB), que recentemente foi anunciado pelo governador como novo diretor de Relações Institucionais do Porto do Itaqui.

Uma aproximação com Dino pode significar, portanto, o início de uma aliança com Brandão, que assumirá o governo no ano que vem, antes das eleições.

Nesse ponto, segundo apurou O Estado, Zé Reinaldo tem atuado fortemente.

O maior obstáculo, por ora, é convencer Eduardo Braide a estar junto com o vice-governador, Carlos Brandão - que apoiou o deputado estadual Duarte Júnior (Republicanos) em 2020 - em detrimento do senador Weverton Rocha (PDT), que também almeja uma candidatura ao governo, e esteve com o então candidato do Podemos na disputa pela prefeitura da capital.

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