Autorização

Estados do Nordeste se reúnem com Rússia sobre Sputnik V

Agenda cumprida no fim da tarde de ontem teve como objetivo tratar acerca da liberação da importação e do uso do imunizante contra a Covid-19

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias, conversou com embaixador russo sobre Sputnik V
Presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias, conversou com embaixador russo sobre Sputnik V (Sputnik V)

Representantes do Consórcio Nordeste – do qual o Maranhão faz parte – se reuniram no fim da tarde de ontem (4) com membros da embaixada russa no Brasil para tratar acerca de novas medidas para a autorização, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do uso da vacina Sputnik V. A agenda ocorreu em Brasília e contou com a participação do presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT), além do governador do Pará, Helder Barbalho (PDB), e do embaixador da Rússia, Alexey Kazimirovitch.

O objetivo do encontro foi o de requerer, junto à representação do governo russo no país, o envio de informações e o acompanhamento do procedimento de nova análise feito pela Anvisa acerca da autorização para o uso da Sputnik V. Tanto o Consórcio Nordeste (que requereu desde março deste ano a compra de 37 milhões de doses) quanto o Consórcio Brasil Central (BrC) aguardam o desfecho do caso para concluírem as aquisições das doses.

Na sexta-feira (30 de abril), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou em entrevista coletiva que as doses de vacina Sputnik V estão prontas para importação. “O contrato ainda está vigente. As autoridades da Rússia insistiram que eles já têm as vacinas prontas para entregar. Lembrem que a primeira remessa seria [entregue] no mês de abril. Mas não há como entregar sem a autorização da Anvisa”, disse.

Na quinta-feira, dia 29 do mês passado, o Ministério da Saúde da Rússia encaminhou documento de 55 páginas ao governo da Bahia que, por sua vez, repassou as informações à diretoria colegiada da Anvisa. De acordo com o documento, ao qual O Estado teve acesso, a vacina Sputnik V tem eficiência de 91,6% e estaria aprovada em pelo menos 63 países do mundo.

Em nota, a Anvisa confirmou o recebimento dos documentos via governo russo. Segundo a Anvisa, existem pendências quanto à efetividade do imunizante, dentre elas, a comprovação de que a vacina não possua a capacidade de replicação viral.

Por sua vez, no documento mais recente, o governo russo contesta informação da Anvisa. Enquanto o órgão brasileiro afirmou que não teve acesso à estrutura de fabricação do Instituto Gamaleya, responsável pela produção das doses, o governo russo informou que as instalações estiveram à disposição dos técnicos da Anvisa que, por sua vez, não cumpriram com a visita.

Após a recusa preliminar da Anvisa de importação do imunizante, o Fundo Russo – responsável pelas negociações entre governo do país europeu e os estados brasileiros – alegou motivação “política” na decisão. A Anvisa, em contrapartida, não respondeu oficialmente ao parecer.

Aguardo

Antes do cumprimento da agenda entre Consórcio Nordeste e a embaixada russa, a postura do governo maranhense era de espera. A Procuradoria-Geral do Estado, em nota na semana passada, cogitava a possibilidade de ingresso na Justiça para requerer nova análise pela agência brasileira, o que não aconteceu.

Anvisa não tem prazo para se manifestar sobre “nova análise” de imunizante

A Anvisa informou a O Estado que, por enquanto, está sem prazo para manifestar-se acerca de nova análise sobre a eficácia da vacina Sputnik V após envio de nova documentação. A expectativa, até segunda-feira (3), era que a entidade se posicionasse até sexta-feira, dia 7.

Ontem (4), segundo a agenda oficial da instituição, não houve o cumprimento de qualquer agenda de reuniões acerca do tema. A preocupação das autoridades brasileiras é que, apesar das garantias dadas pela gestão russa de separação das doses aos estados do Nordeste, de que a concorrência faça a Rússia mudar de ideia e negociar as vacinas que, até então, viriam para o Brasil.

O Maranhão, em especial, depende da liberação da Anvisa para a compra de 4,5 milhões de doses do imunizante.

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