Do Maranhão

Performance: Corpo como energia de evocação

Representantes do Maranhão, Erivelto Viana e Urias de Oliveira integram a programação Cena Agora, do Itaú Cultural, com a performance "Boca", que será apresentada neste domingo (18)

Atualizada em 11/10/2022 às 12h16
Erivelto Viana na performance "Boca"
Erivelto Viana na performance "Boca" (Erivelto Viana)

São Luís - O Maranhão participa da programação virtual do Cena Agora, projeto do Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural que tem como proposta exibir criações feitas especialmente para o programa a partir de alavancas poéticas provocadas por questões atuais. Nesta primeira edição, a temática Encruzilhada Nordeste(s): (contra)narrativas poéticas conduz uma programação de bate-papos e apresentações de artistas que encerram neste domingo (18) com a apresentação virtual de “Boca”, performance do artista Erivelto Viana, com a direção de Urias de Oliveira.

A programação, voltada à criação de cenas teatrais curtas traz olhares sobre o Nordeste brasileiro com a proposta de criar uma pluralidade de perspectivas sobre o tema, questionando as construções estereotipadas ou colonizadas das identidades nordestinas diante da diversidade polifônica desse universo. A última noite da programação reúne trabalhos que discutem a temática central a partir da relação com o corpo. Neste sentido, o espetáculo dos representantes do Maranhão parte da ideia do corpo como lugar de passagem, atravessamento, encruzilhadas, da boca como uma energia de evocação, um lugar que tudo come, buraco da criação.

Trata-se de uma criação e performance de Erivelto Via na com co-criação e direção de Urias de Oliveira com fotografia e edição de Danielle Filgueiras, edição de Dinho Araújo, iluminação de Diones Caldas, trilha de Ruan Francisco, assistência de produção de Emanuel Balata e Henrique Capaverde. A realização é do Bemdito Coletivo.
“Essa criação surge em meio às questões refletidas no primeiro ano da pandemia, onde tivemos que nos firmar, tomar decisões no meio do novo que se apresentava junto à crise que se estabeleceu. Perguntas guias nesse processo de realidade, do novo ‘normal’. O que me move? Que direção eu sigo? Onde essa escolha me leva? Como eu relaciono tudo isso a minha criação?”, questiona Erivelto Viana.

A ideia, segundo o artista, é trabalhar a energia Exu (Èșù) que em yorubá significa “esfera”. A dinâmica e o movimento, ponto de partida para a criação de “Boca”. “Sem intenção religiosa, ao mesmo tempo trazer o assunto Exu é importante porque é preciso desconstruir mitos (mentiras e preconceito) relacionados ao orixá, pois o mal ou o bem está dentro de nós, que devemos usar o movimento para o bem, são as nossas escolhas”, diz. O processo da criação se deu nesse trânsito de encontros construídos sobre o assunto: teorias, consultas, aliado ao trabalho pessoal de Erivelto Viana, ações experimentadas e provocações direcionadas por Urias de Oliveira.

“O Urias foi o meu primeiro contado nas artes cênicas com quem estudei por muito tempo, quem me iniciou no caminho artístico profissional e com que retornei contato direto a partir de 2019. Já havíamos iniciado as conversas e pesquisa para esse solo, e o Convite do Itaú Cultural, abrindo os caminhos nessa Encruzilhada Nordeste(s), a oportunidade de trazer um assunto potente nesse atual momento, sem expectativas de trabalho, abrindo a possibilidade de produzir arte a partir do que você está pesquisando/buscando. Isso, é incrível!”, observa Erivelto Viana que é mestrando em Artes Cênicas da Universidade Federal do Maranhão e desenvolve projetos e articulações que integram o Bemdito Coletivo. Seus trabalhos mais recentes são “Sintética Idêntica ao Natural” e “Travesqueens” – ambos em parceria com Ricardo Marinelli (PR) e colaboração de Cristian Duarte (SP) – e “Batucada e Demolition Incorporada”, de Marcelo Evelin. É também o idealizador do Conexão Dança, que realiza desde 2008, em São Luís.

Programação
Ainda na programação da noite de domingo, o grupo Dimenti, da Bahia, apresenta “Web-Strips: Volume Encruzilhadas”, que tem como ponto de partida o projeto de 2018 “Strip Tempo – stripteases contemporâneos”, motivado pela pergunta: como despir a poética de uma carreira? Com direção de Jorge Alencar e codireção de Larissa Lacerda e Neto Machado, a cena reúne na configuração de vídeo-performances os artistas Fábio Osório Monteiro, Jaqueline Elesbão e João Rafael Neto, que desnudam corpos, casas, carreiras, a memória e o digital. As críticas Pollyana Diniz e Ivana Moura conduzem uma rodada de conversas com os elencos, críticos e artistas convidados. As atividades acontecem às 20h pela plataforma Zoom e os ingressos, gratuitos, devem ser reservados via Sympla.

Serviço
O quê

Performance “Boca”, com Erivelto Viana e direção de Urias de Oliveira

Onde

No site do Itaú Cultural: www.itaucultural.org.br

Quando

Domingo (18), às 20h

Ingressos

Gratuitos, devem ser reservados via Sympla

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