Levantamento

Brasileiro trabalha, em média, 39 dias para pagar funeral

Estudo mostra que, no Maranhão, um trabalhador gastará 64 dias de seus rendimentos para honrar as despesas fúnebres

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
(luto)

Curitiba - Morrer no Brasil custa em média 39 dias de trabalho. Isso equivale a R$ 2,5 mil de remuneração gasta nas despesas de um funeral. Pode ser menos, como no Distrito Federal, onde o custo da morte é de 19 dias, ou muito mais. No Maranhão, um trabalhador gastará 64 dias de seus rendimentos para honrar as despesas fúnebres. Os dados são de um estudo promovido pela Associação Brasileira de Empresas Funerárias e Administradoras de Planos Funerários (Abredif). Ele se baseia na renda média dos estados, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O impacto desses gastos - aliados à dor pela perda de um ente querido - atinge tanto a saúde financeira do núcleo familiar quanto o desempenho profissional do trabalhador, já que o endividamento provoca intenso estresse, que pode se refletir até mesmo nas rotinas da empresa em que ele exerce atividades.

O luto no planejamento estratégico

“Essas despesas ocorrem normalmente depois que a família já está fragilizada pela dor da perda e por gastos médicos”, observa Luis Kuminek, diretor do Grupo Luto Curitiba, líder em assistência funeral no Paraná. Em 30 anos de atividades, a empresa viu o mercado demandar serviços que amenizassem o impacto dos custos da morte não só sobre as finanças familiares, mas também como instrumentos de planejamento corporativo.

Planos funerais empresariais vêm sendo incorporados aos pacotes de benefícios oferecidos por contratantes aos seus empregados. A partir dessa demanda e com a experiência acumulada na assistência funeral a mais de 20 mil famílias, a Luto Curitiba desenhou o Plano Funeral Empresarial que custa a partir de R$ 4,50 por vida incluída.

O benefício pode ser contratado pelas empresas sem tempo de carência ou limite de idade, e o pagamento é flexível:, podem incluir coparticipação ou ser integral, com desconto em folha. E os funcionários também podem indicar cônjuges, filhos, pais ou sogros, sem ter que gastar e esperar pelo reembolso. A cobertura é nacional e o atendimento é 24 horas por dia.

Mais produtividade

O trabalhador se beneficia diretamente desse serviço e a empresa também obtém vantagens. Menos pressionada pelo temor de dívidas com tratamentos de saúde e despesas inesperadas, a equipe responde com ganhos de produtividade.

“Há vários estudos que mostram que funcionários endividados faltam mais e rendem menos”, alerta Kuminek. Entre os mais recentes, o relatório britânico Employers Guide to Financial Wellbeing 2019-2020 aponta que o trabalhador com dívidas rende até 15% menos que os demais. Essa projeção tem que ser considerada no planejamento estratégico das empresas empregadoras, já que pelo menos 84% dos trabalhadores enfrentam algum problema financeiro, segundo dados da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).

Endividamento reduz qualidade

O velho ditado de que tempo é dinheiro ilustra como o endividamento de um colaborador pode impactar no rendimento das organizações. O lLevantamento realizado pela consultoria Blue Numbers junto a 60 companhias brasileiras concluiu que um profissional com problemas financeiros pode perder até uma hora por dia resolvendo pendências com bancos e demais instituições.

Além do tempo desperdiçado, a qualidade das atividades também é afetada já que são comuns as ligações de cobrança em horário de trabalho. O estresse acaba sendo incorporado à rotina e pode resultar em menor atenção, noites mal dormidas e doenças correlatas, como pressão alta, condições cardiovasculares, depressão e ansiedade.

Não é incomum que esse cenário se desdobre em problemas com absenteísmo, enfraquecimento do clima organizacional e gere, até mesmo, gastos com demissões e recontratações.

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