Combate

Ação do Caps AD alerta para o alcoolismo em SL

Caps AD comandou atividade na praia, alusiva ao Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo; foram realizados testes e avaliações

Evandro Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Além de testes voltados para a saúde, foram realizadas atividades físicas com pacientes do Caps AD
Além de testes voltados para a saúde, foram realizadas atividades físicas com pacientes do Caps AD (CAPS AD)

São Luís - Mais de 60 novos casos de envolvimento com o alcoolismo foram registrados este ano pelo Centro de Atenção Psicossocial do Maranhão (Caps AD), segundo informações do especialista em saúde mental e diretor da unidade, Marcelo Costa. Os dados foram divulgados ontem, Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, e a data foi lembrada com uma ação realizada pelo centro na Praia de São Marcos, com a presença de psicólogos, enfermeiros e de homens do Corpo de Bombeiros.

Durante a ação, além de panfletagem, foram oferecidos testes de glicemia, HIV, sífilis e de Covid-19. Foram aplicados testes de identificação de distúrbios do uso de álcool. “São dez perguntas para avaliar se o consumo de álcool é leve ou moderado, ou se a pessoa já se tornou dependente”, explicou Marcelo Costa.

O comerciante Manoel Gomes submeteu-se aos testes. “O teste de álcool deu normal. Já o teor de glicemia, deu um pouco elevado. Achei a ação muito importante, pois se trata de um grave problema”, disse Manoel Gomes.

Ao longo da ação, 39 pacientes atendidos pelo Caps AD engajaram-se em atividades físicas na areia, com a supervisão de um educador físico. De acordo com Marcelo Costa, a atividade física evita recaídas. Um dos pacientes do Caps AD que participou da atividade foi o funcionário público Márcio Galvão. Ele contou que passou a consumir álcool no isolamento social, em decorrência da pandemia.

“Estou em tratamento desde agosto. Na verdade, fiquei refém do álcool durante a pandemia do novo coronavírus, depois de enfrentar uma série de problemas familiares. O álcool veio como uma válvula de escape. Mas é uma ilusão. Minha vida virou um caos, mas graças a Deus, o CAPS está transformando e me ajudando bastante”, contou Márcio Galvão.

Números
De acordo com Marcelo Costa, os números de atendimentos relativos ao alcoolismo registrados pelo Caps AD poderiam ser muito maiores. “O mais desafiador para nós, profissionais médicos e da área de saúde, é convencer a pessoa de que ela precisa de ajuda, pois o álcool é uma droga lícita e, com isso, torna-se aceitável socialmente, estando dentro do contexto familiar, levando, inclusive, ao pensamento popular de que não seja droga. Porém, é justamente o contrário, haja vista que a dependência química do álcool é a pior de todas e a que mais traz problemas no mundo inteiro, há décadas”, disse.

Conforme o especialista, com a pandemia que se instalou no mundo, foi registrado aumento do número de pessoas buscando tratamento para a doença, sendo ocasionada, principalmente, pelo isolamento social. “O que contribui para o aumento da ansiedade e depressão, provocada por sentimentos de medo, insegurança e incerteza, advindos da Covid-19 e suas consequências sociais, sanitárias e econômicas”, finalizou.

SAIBA MAIS

Morbidade

O uso nocivo do álcool é um dos fatores de risco de maior impacto para a morbidade, mortalidade e incapacidades em todo o mundo, relacionado a 3 milhões de mortes em 2016, ou seja, o equivalente a quase 5,3% de todas as mortes no mundo. A OMS destaca que houve diminuição no nível global de mortes e morbidade atribuíveis ao álcool (13,0% e 10,6%, respectivamente). Porém, o ônus global de doenças atribuíveis ao álcool ainda é muito significativo.

Percentuais

No Brasil, o álcool esteve associado a 69,5% e 42,6% dos índices de cirrose hepática, a 36,7% e 23% dos acidentes de trânsito e a 8,7% e 2,2% dos índices de câncer, respectivamente, entre homens e mulheres, em 2016. Especificamente sobre os transtornos relacionados ao uso do álcool, estima-se que 4,2% (6,9% entre homens e 1,6% entre mulheres) dos brasileiros preenchem critérios para abuso ou dependência. Nota-se, portanto, uma diminuição em relação a 2010, quando a prevalência estimada era de 5,6% (8,2% entre homens e 3,2% entre mulheres).

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