São Luís - Sete mil e oitocentos e trinta e quatro pessoas foram atendidas durante todo o ano passado no Centro de Atendimento Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD) do Monte Castelo. Deste total, 85% tiveram contato com crack, 8% eram usuários de inalantes como solvente, loló e cola como ainda 7% possuíam problemas com álcool. A faixa etária de maior busca por atendimentos de usuários de crack é entre 25 a 40 anos.
“O CAPS é um local que está a todo instante de portas abertas para receber novos filhos e com o objetivo de proporcionar uma nova realidade para os seus pacientes”. Foi desta forma como definiu o diretor desse centro, Marcelo Costa. Ele ainda declarou que, no momento, o centro é uma referência no atendimento de usuários de entorpecentes e de álcool. A maioria dos pacientes é capital, mas também há moradores das outras cidades que fazem parte da Grande Ilha.
Marcelo Costa frisou que o centro oferece um tratamento diário e diferenciado à população com transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas. Os tratamentos estão dentro das diretrizes determinadas pelo Ministério da Saúde, que têm por base o tratamento do paciente em liberdade, buscando sua reinserção na sociedade.
Ele ainda afirmou que o centro atende em média 70 pessoas diariamente e disponibiliza de 15 leitos de internação em que o paciente pode ficar internado integralmente de 30 dias a seis meses, mas, dependendo da gravidade da situação. O centro também pode encaminhar os usuários para fazerem o tratamento nas comunidades terapêuticas ou na Fazenda Esperança, em Coroatá.
O CAPS é um local que está a todo instante de portas abertas para receber novos filhos e com o objetivo de proporcionar uma nova realidade para os seus pacientes”.Marcelo Costa- diretor do CAPS-AD do Monte Castelo
Atendimento
Marcelo Costa informou que um total de 85% dos pacientes do ano passado tiveram contato com o crack. “O crack é a droga que gera mais atendimentos em decorrência do seu alto poder de destruição e dependência química. Ela leva a alterações rápidas, comportamento agressivo e alterações mentais como alucinações auditivas e visuais”, detalhou.
O diretor do CAPS-AD declarou que o álcool historicamente é um tipo de droga que ainda mais acarreta em problemas sociais, físicos e mentais. “O álcool por ser um tipo de droga lícita gera uma procura por tratamento retraída, pois, os usuários dessa substância acham que não é uma droga”, explicou Marcelo Costa.
Ele ainda contou que o álcool anualmente é um dos maiores causadores de mortes nas estradas como ainda de violência doméstica, perda de emprego e não deixa de uma certa parte está associado a roubos e outros tipos de crimes. “Durante o período de pandemia da Covid-19, observamos um aumento em 25% pela busca de tratamento para o alcoolismo. Sem dúvida, isso deve também está associado a ansiedade provocado pelo medo de contrair o novo coronavírus”, disse Marcelo Costa.
O diretor do CAPS-AD também declarou que 90% dos pacientes desse centro são usuários de múltiplas sustâncias de entorpecentes, principalmente, crack e álcool. “Os pacientes dizem que a droga de entrada é o álcool e começam a ingerir entre 12 e 14 anos. Em seguida, passam a usar maconha e cigarro até o consumo do crack”, detalhou.
Em relação ao perfil dos pacientes, Marcelo Costa informou que existem aqueles que tinham uma profissão definida e com o segundo completo, mas, por conta do uso da droga acabaram perdendo o emprego. A maioria dos pacientes é da faixa etária entre 20 e 30 anos e residem em regiões periféricas da cidade. Muitos deles sofreram na infância abusos psicológicos e físicos.
Nova realidade
“Foi durante o tratamento do CAPS que obtive mudança na minha vida, ou seja, vivo uma nova realidade”, disse a paciente Maria da Conceição Carvalho, de 57 anos. Ela contou que começou a usar drogas devido a um quadro de depressão crônico provocado por uma tragédia na família. “Meu filho primogênito, de 22 anos, estudante de jornalismo morreu afogado e, com isso, comecei a ter crise depressiva e de ansiedade”, contou a paciente.
Ela ainda disse que participa de várias oficinas no centro, mas, foi na produção de tapetes que mais se destaca e acabou gerando uma renda extra. “Eu faço os tapetes no centro e ainda consigo vender esse produto. Faço o meu tratamento e ainda consigo adquirir uma renda extra”, declarou Maria da Conceição.
Número
7.834 atendimentos foram feitos ao longo do ano passado no CAPS-AD do Monte Castelo
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