Dano ao patrimônio histórico

Reinaugurada há dois anos, Praça do Pantheon volta a ser alvo de vandalismo

Estrutura superior de um dos pedestais construídos para servir de suporte para bustos de intelectuais e outras personalidades maranhenses foi quebrada

Daniel Matos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Estrutura vandalizada foi construída para servir de suporte para novos bustos
Estrutura vandalizada foi construída para servir de suporte para novos bustos (vandalismo)

Pessoas que circularam pela Praça do Pantheon, no Centro, neste sábado (9), se depararam com mais um ato de vandalismo cometido contra o logradouro público, reinaugurado há pouco mais de dois anos, em 23 de dezembro de 2018, após ampla reforma urbanística, custeada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em parceria com a Prefeitura de São Luís. Um dos pedestais construídos para servir de suporte para bustos de intelectuais e outras personalidades maranhenses, localizado a poucos metros da Biblioteca Pública Benedito Leite, teve sua estrutura superior quebrada com extrema violência.

Ainda não se sabe quem cometeu, nem como ocorreu a depredação, mas, a julgar pelo estrago causado, é possível que o autor tenha utilizado uma marreta para quebrar a estrutura, feita em concreto. Como resultado da maldade, fragmentos da peça ficaram espalhados no chão, enquanto as ferragens internas ficaram à mostra.

O superintendente regional do IPHAN, Maurício Itapary, confirmou que o dano ao patrimônio coletivo registrado na Praça do Panheon foi consequência de um ato de vandalismo, que já atingiu outros componentes do logradouro, a exemplo de bancos, pisos e esferas de concreto que servem de ornamentação e de bloqueio à invasão do espaço por veículos motorizados. Ele informou que o pedestal depredado e os outros que ficam ao lado ainda estão em fase de conclusão, pois falta aplicar em todos o revestimento de granito.

Maurício acrescentou que as estruturas servirão de bases para os futuros bustos que estão sob a guarda da Academia Maranhense de Letras (AML) e serão exibidos na praça tão logos as estruturas fiquem prontas. Quanto aos bustos já fixados no logradouro, o superintendente do IPHAN ressaltou que todos permanecem intactos.

Revolta

Revoltada com o grave dano ao patrimônio público da cidade onde nasceu e onde sempre morou, a pedagoga e professora Maria Francisca Tereza Matos classificou como terrorismo a depredação. "Indignada com este ato terrorista contra a cultura e o patrimônio público. De se esperar que a falta de educação gere o indivíduo grotesco e pouco afeito a arte e ao enlevo da alma...o que é absolutamente discutível, uma vez que conheço artistas adoráveis que muito pouco frequentaram escola, então o gosto estético, é antes próprio, natural, depois estimulado", comentou a educadora em suas redes sociais.

"Exijo das autoridades que cacem, prendam e punam os causadores de tamanha dor e desfeita à nossa memória cultural e ao povo que já estava se acostumando com o belo, o bonito e o harmonioso, em vez do grotesco, fedido, sujo e desagradável aos olhos e aos outros sentidos. Farta disso!!", complementou Francisca, em tom de desabafo.

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