Tráfego

Em obras: trecho da "Nova Litorânea" tem trânsito liberado provisoriamente

Etapa do prolongamento será entregue em 30 dias; moradores e donos de empresas reconhecem importância da obra, mas estão impacientes com demora na entrega

Kethlen Mata/ O Estado

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

São Luís – Um pequeno trecho da obra de extensão da Avenida Litorânea, já está livre para a passagem de veículos de forma provisória, mas o conjunto da obra ainda não foi concluído. O governador Flávio Dino, anunciou em suas redes sociais, que a entrega da 2° etapa será feita em até 30 dias. Essa fase fará a integração da Av. dos Holandeses com a São Carlos e Nova Litorânea. Outras etapas, envolvendo outros trechos da Litorânea e Holandeses ainda não têm data de entrega definida.

O engenheiro, João Silva passou pelo trecho recém-aberto, e resolveu parar para falar com a reportagem. “Para mim foi bom, só falta compreensão dos motoristas, porque o pessoal não está respeitando a sinalização”, afirmou.

Moradores e empresários da Avenida Atlântica – que está sendo interligada com a Litorânea – reconhecem a importância da obra, mas também dizem que o serviço os tem deixado impacientes com a demora na entrega do projeto. Poeira, barulho das máquinas, e em alguns casos, até problemas estruturais nos imóveis.

José Luís é morador da Avenida Atlântica há 32 anos e mostrou as rachaduras que vêm aparecendo no seu imóvel desde o início da obra. O receio maior é a chegada do período chuvoso. “Na hora que colocarem o piche, essa água vai cair para o local mais baixo, já que não tem escoamento. Isso aqui vai dar em alagamento, com as chuvas grandes”, ressaltou.

Adalto Melo, 89, e seu filho Adalto Júnior de 60 anos, também mostraram sua indignação com a demora na finalização da requalificação. Os dois possuem imóveis na avenida, inclusive, o pai, é um dos moradores mais antigos do local. “Ninguém é contra a obra, pelo contrário, a gente só tem sido contra a administração dela. Às vezes ela fica parada por muito tempo, a poeira é muito grande e quem tem problema de garganta como eu, afeta”, desabafou Adalto Júnior.

Outro ponto salientado por ele, foi a falta de comunicação. “Eles não vêm conversar com os moradores, falta essa iniciativa”, finalizou.

Pousadas e hotéis
Quem também tem sofrido com o andamento lento da obra são pousadas e hotéis da Avenida Atlântica, como é o caso de uma, localizada um pouco depois do trecho liberado. Vera Amorim faz parte da administração do estabelecimento e contou que o movimento de hóspedes caiu cerca de 70%, levando em consideração, também, a pandemia do novo coronavírus. Três funcionários foram desligados este ano, no entanto, o trabalho na pousada aumentou, já que a poeira virou rotina no lugar.

Em vários pontos da pousada é possível ver rachadura na estrutura, em quartos, na cozinha, e na sala de recepção. Segundo ela, o problema apareceu com o início do serviço. O barulho também tem incomodado os clientes, que reclamam.

Outro hotel, que fica logo depois da pousada, tem passado por uma situação um pouco diferente, como relatou Célida Warren. “A obra em si, diminuiu um pouco o nosso movimento, mas a na nossa virada de ano estávamos 100% lotados, não afetou. A gente nem pode falar que é por causa da obra, porque coincidiu com a pandemia”, destacou.

Mesmo assim, o hotel tem enfrentado problemas com barulho e poeira. “Poeira era esperado, não posso falar nada, está em obra e a gente tem que entender”, frisou.

“Eu creio que vai valer a pena quando ficar pronta, em termos de valorização do imóvel em si, já houve. Agora, nossa expectativa é isso terminar logo, já tem dois anos, poderia ter terminado”, completou.

Procurada por O Estado, a Agência Estadual de Transporte e Mobilidade Urbana (MOB) informou, em nota, que a obra não foi entregue no primeiro prazo estipulado em decorrência da pandemia e do alto volume de chuvas no período. Acrescentou que está trabalhando para amenizar os transtornos, que não há possibilidade de paralisação por causa de chuvas e que parte de pavimentação asfáltica está prevista para ser entregue até o fim deste mês. Por fim, ressaltou que a comunicação é realizada de forma frequente pela equipe da MOB.

SAIBA MAIS

A obra

A extensão da Avenida Litorânea e a requalificação da Avenida dos Holandeses servirão para a implantação de um novo modelo de transporte público e vai interligar os municípios de São Luís, Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar, com o BRT (Bus Rapid Transit ou Transporte Rápido por Ônibus) e vai diminuir o tempo de percurso entre os municípios que compõem a Grande Ilha, em até 40 minutos.

A obra compreende dois lotes. O lote 1 abrange o prolongamento da Avenida Litorânea em 1.800 metros, requalificação da Avenida São Carlos, Requalificação da Avenida Litorânea da Foz do Rio Pimenta à Foz do Rio Calhau e a Requalificação da Avenida Colares Moreira até a Rotatória do Calhau.

O lote 2 corresponde à requalificação da Avenida dos Holandeses e a rua Búzios. Com 13,5 quilômetros de intervenção, inicia na Avenida Atlântica, no Araçagi e finaliza na Rotatória do Calhau. Ao final da obra, o fluxo de trânsito vai permanecer em sentido duplo, com duas faixas em cada via e no centro da faixa o BRT. O projeto prevê ainda soluções inteligentes para todas as rotatórias que existem ao longo da avenida.. A previsão de entrega do BRT é dezembro de 2020.

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