Josenir da Graça Costa - artesão

De decorador de frutas à arte de produzir artesanato

Natural de Arari, Josenir da Graça Costa montou em sua casa um espaço onde cria suas peças artísticas

Ribamar Cunha/Editor de Economia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
Josenir da Graça Costa descobriu sua vocação ao retornar para a cidade natal
Josenir da Graça Costa descobriu sua vocação ao retornar para a cidade natal

SÃO LUÍS- O Brasil tem inúmeras pessoas que desenvolvem atividades, realizam ações diversas por talento nato, mas que estão no anonimato. É o caso de Josenir da Graça Costa, 64 anos, natural da cidade maranhense de Arari, que vive da arte de produzir artesanato. É no fundo do quintal de sua casa, que ele montou um pequeno espaço e de onde nasce sua inspiração.

Mas foi há pouco tempo que Josenir descobriu sua vocação, quando retornou à sua terra natal. Ele residiu por 30 anos em Macapá, capital do Amapá, para onde foi com a esperança de buscar um trabalho que lhe proporcionasse uma vida melhor.

Mas sair do Maranhão para outro estado não foi fácil, pois teria que recomeçar, se adequar a uma nova realidade. Em Macapá, conseguiu emprego em uma rede de supermercado, trabalhando na área de hortifruti. De algum modo, aquela atividade teria uma ligação com o que ele faz hoje em Arari.

Uma das especialidades de Josenir era decorar frutas e saladas para exposição, um diferencial para a rede supermercadista que atraia o consumidor pela beleza com que eram criadas verdadeiras “esculturas” de dar água na boca.

Mas, há quatro anos Josenir Costa chegou à conclusão que era hora de voltar, de rever familiares, de buscar oportunidade na sua Arari. E a técnica de esculpir frutas, legumes e verduras, também passou a ser apreciada por sua gente, prestando serviços de decoração para Prefeitura Municipal.

Josenir criou um espaço criativo no quintal de casa
Josenir criou um espaço criativo no quintal de casa

Não demorou para que o talento de Josenir para decorar frutas e verduras se expandisse para esculpir peças de artesanato. “A primeira peça que criei foi uma garça, esculpida em cimento. O resultado foi tão bom, que a vendi imediatamente”, lembrou. E a partir dali não parou mais. Nos últimos quatro anos, foram mais de 300 peças produzidas, utilizando materiais diversos no processo de criação, como cimento, gesso, areia, papel, tecido, garrafa pet, madeira, E.V.A., arames e demais itens recicláveis. “Tudo que é considerado lixo para as pessoas, pra mim são materiais recicláveis que transformo em arte”.

Entre as peças, estão vasos, globos decorados, namoradeiras, peixes, garças, araras, além de pintura em tela, tendo a natureza e frutas como inspiração. No fundo do quintal de sua casa é possível admirar um pouco dessa arte, pois algumas de suas criações decoram paredes e mesas. “É aqui no meu cantinho, que todo mundo acha uma bagunça, que me encontro, onde produzo meu artesanato”, assinala um Josenir entusiasmado com as encomendas que estão sendo feitas por pessoas de sua cidade.

E foi justamente na pandemia que mais Josenir esculpiu suas peças, posto que a quarentena obrigatória o manteve muito tempo em casa. E foi nesse período que buscou outras possibilidades de criação.

Agora, sua menina dos olhos tem sido a criação de jarros decorados utilizando balão e gesso na confecção. Um trabalho que requer habilidade desde o enchimento do balão com gesso líquido, na medida certa, até a secagem. Qualquer erro, o balão pode explodir e o gesso espalhar por todo o lado. “Algumas vezes o balão explodiu e meu rosto ficou todo sujo de gesso”, lembrou sorrindo da situação.

Mas quando tudo dá certo, moldura feita, acabamento e pintura realizados, o resultado é um jarro que chama a atenção pelo detalhe, mas também quando se tem a informação de que aquele produto teve como base de sua concepção um balão cheio.

Seu projeto para 2021 é ter um ponto fixo no centro comercial de Arari para expor seus produtos. “Esse é um projeto que pretendo colocar em prática para que mais pessoas conheçam o meu trabalho”, concluiu Josenir, na sua simplicidade de homem do interior do estado. l

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