Sem crise?

Brandão muda o tom e ameniza divergência com Weverton

Depois de provocar uma crise na base governista ao usar o termo "desertor" para aqueles que não apoiaram Duarte Júnior, vice-governador falou sobre disputa interna com Weverton

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17
(Weverton, Brandão e Flávio Dino)

SÃO LUÍS - O vice-governador Carlos Brandão (Republicanos) mudou o tom em relação à divergência que havia sido ampliada na eleição municipal com o senador Weverton Rocha (PDT), provável adversário, dentro do próprio grupo político, para a sucessão do governador Flávio Dino (PCdoB) em 2022.

Depois de provocar uma crise na base governista ao usar o termo “desertor” para aqueles que negaram apoio a Duarte Júnior (Republicanos) no segundo turno da eleição municipal de São Luís, o vice-governador admitiu que é natural uma eventual disputa contra Weverton para a eleição ao Governo do Estado.

Para Brandão, essa disputa ocorre dentro de um processo “perfeitamente democrático”.

“Tem tudo pra ser candidato [Weverton Rocha], depende da vontade dele. A democracia é isso, cada um tem que fazer seu trabalho. É extremamente justo, se ele tiver título de eleitor e condições partidárias, é legítimo. Não vejo nenhum problema”, pontuou.

Brandão descartou antecipar um duelo com Weverton, na disputa que ocorrerá em janeiro pelo comando da Federação dos Municípios do Maranhão (FAMEM). O presidente da entidade e candidato à reeleição, prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier, é aliado do senador pedetista. “É uma eleição dos prefeitos”, resumiu, em entrevista a uma rádio da capital.

‘Desertor’

Na semana passada, Carlos Brandão havia se manifestado sobre o termo “desertor‘ utilizado no segundo turno da eleição municipal e que provocou uma crise no grupo governista.

Na ocasião do segundo turno, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), o senador Weverton Rocha e o deputado federal Juscelino Filho (DEM) foram à votação nas urnas com uma camisa que levava a inscrição: “deserte-se”. Uma resposta direta ao vice-governador.

Brandão revelou que somente utilizou o termo porque havia um acordo, firmado entre os partidos políticos no início do ano, pela manutenção da unidade em torno de qualquer que fosse o candidato governista no segundo turno.

“Logo no começo do ano, vários partidos demonstraram interesse de lançar candidato. Houve um acordo. Cada um lançaria seus candidatos, três, quatro, dez, quantos quisessem [...] Só que nesse acordo houve entendimento entre os presidentes de partido que, no segundo turno, todos marchariam juntos. Esse acordo não foi cumprido. Existe uma expressão que diz que o “combinado não é caro”. Quando o Duarte foi pro segundo turno, o PDT e o DEM resolveram não cumprir o acordo. Isso nos levou a uma cobrança desses dois partidos”, justificou.

Brandão revelou também que a base governista esperava por um posicionamento do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) em favor de Duarte, embora não houvesse acordo nesse sentido.

“Edivaldo também não participou da campanha, mas nós não tínhamos acordo com Edivaldo, é preciso deixar claro. A gente esperava que ele nos apoiasse, mas não tinha acordo como tinha com os partidos. É diferente”, explicou.

Saiba Mais

O vice-governador Carlos Brandão afirmou em recente entrevista a uma emissora de TV local que não pretende antecipar a disputa com o senador Weverton Rocha pela eleição do Governo do Estado de 2022. Ele entende que caso isso ocorra, tem potencial para inviabilizar o fim da gestão do governador Flávio Dino. “Esse assunto a gente só deve discutir mais profundamente lá na frente. Até por que, se começar a discutir eleição de 2022, acaba o governo. A gente tem que focar na gestão”, finalizou.

Vice assumirá o comando do Executivo durante as férias de Flávio Dino

O vice-governador Carlos Brandão (Republicanos) assumirá o comando da máquina administrativa em janeiro de 2021 em decorrência das férias do governador Flávio Dino (PCdoB) já anunciadas há alguns auxiliares de primeiro escalão.

Nos bastidores a informação é de que Dino já afirmou que vai tirar as “férias sabáticas” num período de 15 ou 20 dias.

Além de curtir uns dias de descanso com a família, o governador do Maranhão vai aproveitar suas férias para cuidar da saúde. O comunista deve passar por um check-up médico no período.

A expectativa é de que Dino se afaste do comando administrativo logo após a virada do ano e abra espaços para Brandão. Desde o primeiro mandato, iniciado em 2015, Dino tem reservado um período de férias para ele e família.

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