Bailarinas do bem

Esperança no futuro: a realização do sonho infantil de fazer balé

Pais de bailarinas do projeto "Eu Faço o Bem" relatam a felicidade de ver suas filhas seguindo seus sonhos; iniciativa possibilita aulas de balé para 115 crianças de comunidades carentes da Ilha

Bárbara Lauria / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h17

[e-s001]São Luís – Em um salão cheio de sapatilhas, vestidos, fitas, laços e tutus, o verdadeiro encanto está na paixão das bailarinas pela dança, e esse é o caso das alunas do projeto “Eu Faço o Bem” que, em meio a tantos contratempos e obstáculos, encontraram uma oportunidade de realizar seus sonhos e ter uma nova oportunidade.

Ágata Sofia, 5 anos, mora na Vila Marinha, próximo ao Cohafuma, é uma das alunas da instituição e sonha em ser bailarina quando crescer. “Gosto do balé, é bem bom, eu sei fazer tudo que o titio manda, a borboletinha, o rodopio, eu gosto de fazer balé. Quando crescer quero ser bailarina”, contou a menina. Sua mãe, Raimunda Costa Silva, conta que o projeto é a oportunidade que sua filha precisava, além de ajudar em casa, pois além de dona de casa, ela trabalha como auxiliar de cozinha e não pode deixar sua filha sozinha em casa.

“Foi ótimo ela ter começado a participar do projeto, foi muito bom para o desenvolvimento dela. A gente só tem a agradecer. Esse é um projeto que a gente não tinha e ele abraçou a comunidade. Ela não poderia fazer balé em outro lugar, e aqui ela se desenvolveu muito, ficou mais comunicativa. Eu só tenho a agradecer”.

A igreja e a nossa comunidade têm o prazer de ajudar e contribuir para esse projeto. Hoje, cedemos esse espaço para que a comunidade viesse e as crianças pudessem fazer sua apresentação e se alegrar. Estamos aqui para celebrar a vida dessas crianças”Dini Kelly Ferreira, membro da igreja Base

Assim, como Raimunda, Verônica do Nascimento, que mora na Vila Conceição, acompanha a sobrinha, Ana Clara, de 7 anos, durante as aulas, e percebeu que a menina estava mais ativa e feliz por participar de algo que gosta.

“Ela gosta muito de participar, ficou mais ativa, mesmo nesse momento de pandemia, em que as escolas não estão funcionando no presencial, ela melhorou muito no empenho em casa e isso tem ajudado para o futuro dela”.

Assim como Ágata e Ana Clara, outras 113 crianças compartilham do mesmo sonho e amor pela dança, e por isso, além de se dividir em duas turmas de balé pela semana, o professor Jairon Barbosa organiza apresentações todos os fins de ano, para que as meninas possam apresentar para seus pais, familiares e padrinhos do projeto, o que foi apreendido ao longo do ano.

“Eu estou há um ano no projeto e, para mim, é muito gratificante estar junto delas, até porque antes disso eu já tinha trabalhado em outros projetos e com outros públicos, com idosos também, e trabalhar com crianças é muito gratificante”, frisou ele.

Apadrinhamento
Mesmo com um professor voluntário e o apoio da Igreja, uma das dificuldades que o projeto ainda enfrenta é a ornamentação das bailarinas. “Nós vamos aceitando doações, costurando as roupas das meninas e fazendo como pode, mas também temos o projeto ‘Adote uma bailarina’, em que uma pessoa pode apadrinhar uma das meninas e ajudar nos seus custos da dança”, contou Lidiana Lindberg.

[e-s001]Apresentação
E para comemorar a conquista das bailarinas, com espaço cedido pela Igreja da Base, no Recanto do Vinhais, o grupo se reuniu e apresentou um trecho do espetáculo “Vem Brincar”, em que as dançarinas farão uma participação.

“A igreja e a nossa comunidade têm o prazer de ajudar e contribuir para esse projeto. Hoje, cedemos esse espaço para que a comunidade viesse e as crianças pudessem fazer sua apresentação e se alegrar. Estamos aqui para celebrar a vida dessas crianças”, contou Dini Kelly Ferreira, membro da igreja.

E em meio a músicas e dança, as bailarinas se apresentaram e encantaram a todos que estavam no recinto, com a promessa de um novo futuro.

A única coisa que tenho a dizer para as crianças é que aproveitem a infância e as oportunidades que Deus abre e usa pessoas para dar. E que aproveitem, que abracem, estudem e procurem aprender. E nunca procurem o caminho das drogas, porque de lá eu vim, eu sei que é difícil, é um caminho sem volta. E que aproveitem cada vez mais a infância, porque quanto mais se está envolvido em algo bom, mais está longe das drogas e da criminalidade”

Lidiana Lindberg, idealizadora e executora do Projeto “Eu Faço o Bem

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